A primeira-dama do Brasil, Michele Bolsonaro, foi citada por um dos investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no suposto caso de corrupção de compra de vacinas. A confirmação foi dada pelo presidente do colegiado do Senado, o senador Omar Aziz (PSD-AM).

O congressista não mencionou o nome de quem indicou a participação da esposa do presidente Jair Bolsonaro. Mas a coluna Radar, da Revista Veja, mostra que mensagens do celular do policial militar Luiz Paulo Dominghetti. Ele ofereceu vacinas ao Ministério da Saúde, fazendo referência a “Michele [sic]”.

“Eu sei o quanto é fácil para os desonestos de plantão citarem familiares em processos de lobby para mostrar ‘intimidade’ com o poder e aplicar seus golpes. Já fui vítima disso. É preciso responsabilidade para se chegar à verdade e não se precipitar em apontar o dedo antes de se ter provas do envolvimento de qualquer pessoa nos crimes que afloram nas investigações”, escreveu Omar Aziz em uma rede social.

“Sensatez e equilíbrio são características dos justos. E é por esse caminho que vamos seguir”, acrescentou o presidente da CPI da Pandemia.

Religioso

A Veja destacou que o nome de Michelle surgiu em uma conversa de 03 de março deste ano, entre Dominghetti e um interlocutor identificado como “Rafael Compra Deskartpak”. Na ocasião, o policial comentava assustado sobre a atuação de um reverendo — possivelmente Amilton Gomes de Paula — nas negociações.

A CPI já descobriu que Amilton foi responsável por aproximar os supostos vendedores de vacinas ao Palácio do Planalto. “Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”, escreveu Dominghetti. “Quem é? Michele [sic] Bolsonaro?”, respondeu Rafael. E Dominghetti confirma: “Esposa, sim”.