Aumento na conta de energia pode impactar mercado imobiliário
Confira o artigo, desta quarta-feira (14/07), por Reginal Wantuil
Recentemente a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) reajustou em 52% o valor da bandeira vermelha patamar 2 para as contas de luz. O resultado disso foi um aumento nas tarifas que foi de R$ 6,24 para R$ 9,49 para cada KWh (quiliwatt-hora) consumidos.
Esse aumento tem impacto nos bolsos dos brasileiros em geral, pois vindo de uma crise de pandemia esses reajustes devem ter um peso significativo na inflação e isso também pode afetar o mercado imobiliário.
Um dos principais motivos do setor imobiliário sofrer esses impactos é o fato desse ramo estar ligado diretamente à construção civil. Com os custos com energia mais altos, os preços das matérias primas devem subir, algumas máquinas demandam um alto consumo de eletricidade durante o processo de fabricação e esse custo deverá ser repassado às obras.
Uma das matérias-primas que mais demandam energia é o alumínio sendo uma das mais importantes para a construção civil, em média 50% do seu custo de produção é ligado ao consumo de eletricidade.
“O alumínio é um material que especificamente utiliza muita energia, mas vai ter impacto de forma geral em todos os processos fabris”, diz Carlos Borges, vice-presidente de tecnologia e sustentabilidade do Secovi-SP (sindicato da habitação).
Esse aumento impacta o setor da construção civil em um momento complicado, seguido de aumento dos preços dos insumos. Segundo o INCC (Índice Nacional da Construção Civil) chegou em média a 15,25% em acúmulo nos últimos 12 meses, outros materiais subiram além do esperado.
A Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) demonstra preocupação com o aumento nas tarifas de energia. “O tema é bastante sensível à indústria de materiais de construção, sobretudo para alguns setores, como o siderúrgico, cerâmico e de vidros”, afirmou.
A maioria dos materiais usados na construção civil são nacionais e com isso, são mais propícios a sofrerem esses aumentos do reajuste das tarifas de energia. Com isso, o setor da construção civil vem tentando importar algumas dessas matérias-primas na tentativa de reduzir alguns custos e impostos.
Outro ponto que tem preocupado tanto o setor da construção civil quanto o setor de imóveis, é o poder de compra dos clientes, que com esses aumentos na conta de energia pode sofrer impacto.
O preço da conta de luz vai para as construtoras, porém esse impacto tende a ser menor que o aumento das matérias-primas. As grandes obras gastam bastante energia com equipamentos como por exemplo; guinchos, gruas e máquinas de solda.
Segundo Murilo Nahas, diretor de energia da Mun Engenharia, a alternativa para algumas incorporadoras é recorrer a energia renovável, como por exemplo a energia solar, que tem grandes retornos financeiros a quem faz uso da mesma. Algumas empresas já vêm fazendo uso dessa fonte de energia e tem retornos significativos na conta de energia.
Existem outras fontes de energia renovável como a energia eólica, energia como essa e a citada acima além de contribuir com o meio ambiente agrega valor institucional a marca ou empresa que faz uso, pois com isso a empresa demonstra que tem responsabilidade social e contribui para o meio ambiente.
Isso garante não só uma redução nos custos com energia elétrica como também um valor agregado à marca e, quem faz uso de ferramentas como a energia renovável sai ganhando tanto financeiramente como também como empresa, por se destacar como uma marca que apoia e preserva os impactos gerados ao meio ambiente. Mesmo com as dificuldades, existem possíveis soluções como as alternativas citadas acima.