Em depoimento a CPI, representante da Davati cita o Vaticano como um dos envolvidos na negociação de vacinas
Em depoimento a comissão, Cristiano Alberto Carvalho mostrou documento da Senah com selo do país e da embaixada dos Estados Unidos.
Em depoimento a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o representante da empresa Davati Medical Suply, Cristiano Alberto Carvalho, citou o Vaticano ao falar sobre entidades envolvidas na negociação de imunizantes com o Ministério da Saúde. Carvalho também mostrou documentos da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), com selos do país e da embaixada dos Estados Unidos. Após a citação, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) perguntou se a CPI iria “Convocar o Papa”.
A Davati entrou na mira da CPI após Dominghetti, que se apresenta como representante da empresa, ter revelado que, em fevereiro deste ano o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu propina de U$S 1 por vacina em troca da assinatura de um contrato para compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca. O ex-diretor nega que tenha pedido propina.
Inicialmente a proposta da empresa seria comercializar 400 milhões de vacinas por U$S 3,50. Em seu depoimento a CPI, Dominghetti disse que relatou o pedido de propina a Cristiano e que não foi dado prosseguimento na negociação.
Cristiano receberia US$ 0,20 por dose comercializada, enquanto a Dominghetti deveria ser pago de US$ 0,03 a US$ 0,05 a unidade. Dominghetti foi ouvido pela CPI no dia 1º de julho, depois de citar o pedido de propina em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.