Safra de Grãos tem previsão negativa, mas Goiás deve manter alta
Na contramão da média brasileira, Estado prevê crescimento de 17% na safra 2020/2021
O plantio tardio de milho segunda safra trouxe impacto para o desenvolvimento das lavouras. Com a semeadura sendo realizada fora da janela ideal, o grão ficou mais vulnerável às condições climáticas registradas no período. O clima adverso em algumas regiões produtoras influenciou de maneira negativa na produtividade estimada do cereal, e a colheita da segunda safra do grão deve chegar a 66,97 milhões de toneladas, queda de 10,8% se comparada com o período anterior.
Com isso, a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a colheita de grãos na safra 2020/2021 é de 260,8 milhões de toneladas. Os dados estão no 10º levantamento da Safra de Grãos, divulgados na última quinta-feira (08/07).
Com a atualização, a produtividade do milho 2ª safra pode chegar a 4.502 quilos colhidos por hectare na atual safra – queda de 17,5% em relação à 2019/2020. Já a área plantada do cereal no período registra aumento de aproximadamente 8,1%, chegando a 14,88 milhões de hectares. Mesmo com os problemas enfrentados, a estimativa de produção total do cereal é superior a 93 milhões de toneladas, uma vez que na 1ª safra a colheita ficou em torno de 24,9 milhões de toneladas e para a 3ª é esperada uma produção de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas.
A soja, por sua vez, tem um acréscimo na produção estimado em 11,1 milhões de toneladas para esta safra. Com a colheita encerrada, a oleaginosa atinge um novo recorde de 135,9 milhões de toneladas colhidas, mantendo o Brasil como maior produtor da cultura no mundo.
No caso do arroz a produção estimada está em 11,8 milhões de toneladas, aumento de 5,2% frente ao volume produzido na safra anterior. Deste total, cerca de 92% do produto provém de cultivos irrigados, enquanto os 8% restantes têm origem em plantios de sequeiro. Já o feijão, a colheita total deve se manter próxima a 3 milhões de toneladas
Goiás
Em Goiás, é esperada a produção de quase 24,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/2021, em Goiás. Caso se confirme a previsão, o Estado deve se manter como 4º maior produtor nacional de grãos e a expectativa é que 6,2 milhões de hectares sejam cultivados nessa safra, crescimento de 1,9% em relação à safra anterior.
Entre os destaques goianos estão sorgo e girassol, que ocupam a primeira posição no ranking nacional de produção. No caso do sorgo, a estimativa é de quase 1,2 milhão de toneladas do grão, aumento de 7,3% na produção, em relação à safra 2019/2020, e produtividade de 3,1 toneladas por hectare, crescimento de 6,5% em comparação à safra anterior. A previsão é de área plantada de 377,9 mil hectares, 0,8% maior que na safra anterior.
Já no girassol, a estimativa é de 34,5 mil toneladas na safra 2020/2021, aumento de 4,9% em relação à safra anterior, e produtividade superior a 1,5 tonelada por hectare. A área cultivada é prevista em 23,0 mil hectares, crescimento de 17,3% em comparação com a safra 2019/2020.
Nas culturas de soja e milho, a estimativa da Conab é de produção de 13,7 milhões e 9,0 milhões na safra 2020/2021, respectivamente. A área cultivada prevista de soja é de quase 3,7 milhões de hectares, aumento de 4,2% em relação à safra anterior, e produtividade de 3,7 toneladas por hectare. No milho total, a área cultivada deve ser de pouco mais de 1,8 milhão de hectares e produtividade de 4,9 toneladas por hectare. Na soja, Goiás deve se confirmar como 4º maior produtor nacional, enquanto no milho a estimativa é que o Estado seja o 3º maior produtor no País.
No caso do trigo, Goiás deve registrar crescimento de 53,9% na produção na atual safra, em comparação com a anterior. A estimativa é de 142,2 mil toneladas do grão e área cultivada de 55,0 mil toneladas, aumento de 138,0% em relação à safra 2019/2020. De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, a produção de grãos na safra 2020/2021 tem mantido as perspectivas, apesar de oscilar em uma cultura ou outra. “Isso é normal, porque depende de fatores como clima, período de plantio etc. Nas últimas semanas, tivemos uma queda na temperatura e isso pode refletir de alguma forma em determinadas culturas. No caso do milho safrinha, por exemplo, a falta de chuva somado ao plantio fora da janela já está refletindo em quase 30% de queda em relação à safra passada”, explica. (Especial para O Hoje)