Relatório da ONU sobre mudanças climáticas aponta problemas para o Brasil
Enquanto Nordeste pode sofrer desertificação, grandes chuvas podem atingir Sul e Sudeste.
O alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta segunda-feira (09/08) assustou – e com razão. No Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) foi apresentado o relatório mais preocupante já feito pela organização, assinado por 800 cientistas de todo o mundo, incluindo 21 brasileiros.
Em 32 anos, esse foi o sexto documento publicado pela ONU, segundo o secretário-geral António Guterres. Ele aponta o aumento de 1,09 graus no planeta desde a era pré-industrial, com 1,07 somente pela ação do ser humano. Cinco diferentes cenários foram apresentados, e somente em um deles seria possível atingir a meta do acordo de Paris, desacelerando os efeitos do aquecimento.
Enquanto todo o planeta é atingido, os dados mostram como as mudanças afetam o Brasil. No texto, é possível ver o Nordeste como uma das áreas mais atacadas, podendo sofrer de desertificação. O aumento da intensidade da seca é intensificado em relação ao Sul e Sudeste, onde “haverá mudanças na precipitação média”, indicando aumento das chuvas e perigo com inundações.
Assim como em outros países América do Sul e América Central, as “temperaturas médias provavelmente aumentaram e continuarão a aumentar em taxas maiores do que a média global”, diz um resumo do relatório do IPCC dividido por regiões.
Uma das principais atividades a sofrer consequências das alterações de temperatura é o agronegócio, que já sentiu a flutuação entre as chuvas que garantiam safras e a falta delas, causando grandes perdas na lavoura. Com o passar do tempo, a conjectura é de que seja cada vez mais difícil depender da natureza – assim como ela, de nós.