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sábado, 21 de dezembro de 2024
Luxo

Mercado imobiliário de alto padrão é afetado positivamente durante a pandemia

Segundo pesquisa da Datastore, demanda por imóveis no Brasil pode disparar no 2º semestre

Postado em 10 de agosto de 2021 por Maria Paula Borges
Mercado imobiliário de alto padrão é afetado positivamente durante a pandemia
Segundo pesquisa da Datastore

O mercado brasileiro de imóveis independe do crescimento do país. Ainda que os indicadores econômicos estejam decrescendo, de tempos em tempos este mercado apresenta forte expansão. Por mais que alguns imóveis apresentem valores assombrosos para a maioria dos brasileiros, negócios com preços altos são fechados com frequência, até mesmo durante a pandemia.

Atualmente, é possível enxergar esse boom no mercado. Segundo a corretora Gisela Araújo, a pandemia afetou a classe de corretores positivamente. “A pandemia nos afetou de forma positiva. Durante esse período foi perceptível a redução das taxas de juros, onde foi registrado o valor mais baixo da história da taxa Selic, de apenas 2%. A poupança não rendia nada, quem estava com dinheiro guardado não tinha retorno. Sendo assim, possibilitou que o mercado tivesse uma movimentação maior para realizar negociações e financiamentos. O cliente de alto padrão viu toda essa situação como oportunidade para investimentos. Vimos uma alta gigantesca na compra de imóveis em condomínios fechados e chácaras. Hoje estamos em uma crescente, reflexo da pandemia”, destaca Gisela.

Alguns fatores contribuíram para o crescimento do mercado desde 2020, como Gisela explicou. A taxa Selic nos níveis mais baixos da história, é um destes fatores, uma vez que aplicações tradicionais de renda fixa deixaram de ser atrativas. Na renda variável, o risco é elevado, especialmente em um cenário de pandemia e com incertezas sobre a capacidade de recuperação da economia no futuro próximo. Sem ter para onde correr, os muito ricos compram, portanto, imóveis.

As fronteiras fechadas, que bloquearam viagens e dificultaram investimentos no exterior, também estimularam o segmento. Um terceiro fator é o avanço irrefreável do home office. Com a perspectiva de trabalhar em casa, profissionais bem-sucedidos — aqueles obviamente que ganham mais — resolveram investir em moradias. Junte tudo isso e o resultado é um mercado em ascensão como poucas vezes se viu no Brasil.

O home office desencadeou outro fenômeno: a busca por casas em condomínios fechados e chácaras. Segundo Gisela, também com forte presença no segmento de luxo, a procura por imóveis desse tipo acelerou nos últimos dois anos.

“Imóvel é uma necessidade básica. Ao meu ver é como comprar um carro novo, tem pessoas que trocam de ano em ano, já outras de três em três anos. No mercado do alto padrão isso acontece com mais frequência, pois além de sentirem a necessidade de estar sempre renovando, tem aqueles que sempre gostam de investir, pois sabem que é um retorno certo. O que mudou nessa pandemia foi que, está mais em alta casas e imóveis mais distantes, pois, o executivo, ou empresário, que não parava em casa, hoje descobriu que pode curtir o espaço doméstico e ainda trabalhar ali”, afirma corretora.

Demanda por imóveis no Brasil pode disparar no 2º semestre

O mercado imobiliário brasileiro pode viver o melhor semestre do século 21. Segundo a última pesquisa da Datastore, empresa de pesquisas de mercado para o setor imobiliário, que entrevistou 1.647 pessoas entre 4 de junho a 2 de julho, o índice de intenção de compra nos segmentos popular, médio padrão e alto luxo em todo o País chega a 28,7%. Os números indicam que mais de 14,5 milhões de famílias teriam intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses.

O presidente da Datastore, Marcus Araújo, destacou que existem diversos grupos de consumidores. O primeiro deles são adultos entre 25 e 35 anos, os quais vivem com os pais ou amigos e buscam ter casa própria. Outro grupo são pessoas com mais de 35 anos, que se dividem em diversos públicos. Dentre eles, os que são pais, que decidiram não ter filhos e aqueles que tem animais de estimação.

De acordo com Araújo, a pandemia teve papel determinante no boom do mercado neste 2º semestre. “O ano de 2021 ainda será pautado pelo investimento na melhoria da moradia, já que a possibilidade de gastos maiores com viagens, por exemplo, deve acontecer apenas no 2º semestre de 2022 ou em 2023”, afirma.

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