O ensino remoto e a proteção de professores no Brasil
Confira o artigo, desta sexta-feira (13/08), por Alfredo Freitas
Dados do último senso da educação no Brasil mostram que o país tem 2,6 milhões de professores. Levantamento da UNESCO revelou que o Brasil, registrou uma média de 52 semanas em que as escolas permaneceram fechadas ultrapassando nações como Estados unidos. A média mundial de escolas fechadas devido à pandemia é de 22 semanas, segundo o estudo. A Fiocruz divulgou, esta semana, estudo que revela menor contaminação nas escolas de nível básico.
Relatório do Center for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos – CDC, confirmou, em janeiro deste ano, que somente 10% dos casos de COVID-19 nos Estados Unidos foram entre crianças. A pesquisa também mostra que o risco de contaminação em Universidades e Escolas de nível médio foi maior do que o risco de contaminação em escolas de nível básico.
Investimentos em tecnologia e no ensino híbrido podem poupar professores de se contaminar. Principalmente no ensino superior, onde as evidências provaram que há maior risco de contaminação pelo coronavírus, investimentos deveriam ser urgentes para tornar o ensino via internet uma opção que ajude a salvar vidas neste momento de crise.
É preciso enxergar que mesmo nos países cuja vacinação está acelerada, como nos EUA, por exemplo, o retorno às aulas presenciais ainda não foi amplamente difundido. As universidades americanas já anunciaram que pretendem manter grande parte dos cursos totalmente online.
Durante a pandemia o Governo Federal vetou o projeto que previa instalação de internet banda larga nas escolas brasileiras. O ensino via internet é uma realidade irreversível no Brasil e no mundo e já ganhou um novo impulso devido a pandemia. Precisamos estar todos atentos a este fenômeno e buscar, principalmente no Brasil, investimentos em tecnologia educacional, conectando as escolas na internet e fomentando essa modalidade de ensino remoto que não vai acabar.
Os Estados Unidos é líder no investimento em ensino via internet segundo a plataforma digital de aprendizado Preply. O estudo examinou a infraestrutura de tecnologia e acessibilidade em 32 países pelo mundo. O estado da infraestrutura digital, o número de cursos de educação digital e o mercado de e-learning foram analisados para descobrir quais países estão melhor preparados para a transformação e para o aprendizado online. O resultado destacou o país norte americano como sendo pioneiro em investimentos na educação virtual.
O Brasil ocupa o último lugar no número de cursos a distância. Apesar de ter o segundo maior mercado de estudantes, atrás apenas dos Estados Unidos com 77 milhões de alunos. Esses dados revelam que o Brasil tem um grande mercado de aprendizado online para ser mobilizado. Os EUA contam com diversas universidades via internet, com dezenas de milhares de cursos totalmente online oferecidos. Dados atuais indicam que, no geral, as matrículas em cursos on-line no país já estão se sobrepondo às da educação superior presencial. Isto é fruto de uma lógica mercadológica e pedagógica pensada e precisamos estar todos atentos a este fenômeno.