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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Delivery

Confeiteiros tiveram que se reinventar para vender seus doces na pandemia

Aumento nos valores dos materiais, maior higienização, restrição do comércio e sistema delivery são alguns dos desafios encontrados

Postado em 14 de agosto de 2021 por Victoria Lacerda
Confeiteiros tiveram que se reinventar para vender seus doces na pandemia
Aumento nos valores dos materiais

A difícil tarefa de continuar a adoçar vidas diante de tantas amarguras deixadas pelo novo coronavírus. Essa é a realidade de muitos confeiteiros que trabalham dentro de favelas e comunidades. Eles precisam se reinventar para não deixar morrer seus sonhos de fazer um pedaço da festa que alegra a vida das pessoas através de um bolo recheado com muito afeto. Em tempos de pandemia, muitos profissionais tiveram de se reinventar e transformar o isolamento forçado em oportunidade para novos negócios.

No ramo da confeitaria, vendas de bolos e doces, a situação não foi diferente, o que levou os profissionais da área a mudar alguns hábitos e criar novas formas de produção e venda dos seus produtos, como entregas delivery, diminuição na produção e rígidas regras de higienização. Contudo, devido ao período de pandemia, algumas alterações precisaram ser feitas, além dos maiores cuidados com a higienização, as doceiras precisaram lidar com aumento nos valores de materiais.

Mudanças no cardápio, inflação, fornecedores em isolamento social e a preocupação com as vendas foram alguns dos obstáculos. Mas a capacidade de superação prevaleceu em muitos casos e hoje após um ano de pandemia muitos confeiteiros se sentem mais preparados.

Nádilla Alves mora em Goiânia e nasceu com o dom para a cozinha, já passou por restaurantes como o Paris 6 e hoje é focada na produção de todos os seus bolos, sobremesas e na venda de pedaços de bolos inspirados em filmes e séries. “Eu entrei na confeitaria pra valer em 2014. Digo pra valer porque no colégio eu vendia bombom desde a 7° série então é uma coisa que eu sempre gostei de fazer, doce e ter meu próprio dinheiro, pra comprar bombom na feira. Na confeitaria eu aprendi bastante coisa, inclusive que a área que eu mais gostava dentro da confeitaria era a de bolos. Desde então eu não consigo mensurar o quanto meus bolos melhoraram e o quanto eu me dediquei pra que isso acontecesse”, explicou Nádilla.

“Antes da pandemia eu ia muito no cinema, em média umas 4 vezes no mês. Sou super fã de friends e séries de comédia, desde criança. Assistia bastante sessão da tarde e desenhos, o que me levou a ter a ideia da ‘slice’ (fatiar em inglês). São fatias de bolo inspiradas em séries e filmes que eu gosto desde sempre, como Friends, How I Met Your Mother, Dexter e Matilda. Todas as fatias são pensadas em cenas ou momentos de cada um, acho que isso faz a diferença para atrair fãs das séries, assim como eu. Faço a entrega dos bolos e as fatias são quase todas através do ifood, mas público alvo é um desafio, pois a ferramenta que eu tenho em mãos é o Instagram e o WhatsApp”, completou .

O Instagram também é uma ferramenta importante e fundamental no negócio. Lá Nádilla faz a divulgação dos produtos disponíveis, data de entrega, além de manter um contato com os já clientes e até conquistar novos. Ela ressalta que além de ingredientes de qualidade e cuidado no preparo, tudo é feito com muito amor para que sejam entregues aos clientes os melhores produtos possíveis.

Com a pandemia, muitas situações foram ressignificadas e ganharam novas narrativas no que chamamos de “novo normal”. As grandes festas de aniversário, por exemplo, deram espaço às pequenas comemorações em família e os doces ganharam um papel ainda mais simbólico e afetivo, aproximando as pessoas dentro de casa e tornando os momentos mais até mesmo mais leves. De outro lado, para compensar o fechamento das unidades físicas e amenizar a queda de vendas, confeitarias e estabelecimentos especializados em bolos passaram a adotar o delivery como solução. Prova disso são os números expressivos de um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), que responde pelo setor. Em março do ano passado apenas 8% a 10% dos associados adotavam algum modelo de entrega e, atualmente, 60% a 70% já oferecem alguma modalidade de delivery.

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