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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Intervenção artística

Artista goiano produz performance em defesa das mulheres afegãs

O objetivo é chamar atenção para a situação enfrentada por meninas e mulheres do Afeganistão após a volta do grupo extremista Talibã ao poder no país

Postado em 23 de agosto de 2021 por Giovana Andrade
Artista goiano produz performance em defesa das mulheres afegãs
O objetivo é chamar atenção para a situação enfrentada por meninas e mulheres do Afeganistão após a volta do grupo extremista Talibã ao poder no país. | Foto: Reprodução

O artista goiano Siron Franco promove, na próxima terça-feira (24/08), uma intervenção artística em defesa das mulheres afegãs. A performance, composta por 30 mulheres, será realizada a partir das 7h, na sede da Secretaria em Direitos Humanos e Políticas Afirmativas de Goiânia (SMDHPA), no Setor Sul.

Em parceria com a SMDHPA, gerida por Cristina Lopes, Siron responde ao chamado de Sahraa Karimi, que escreveu uma carta à comunidade mundial pedindo apoio para denunciar as inúmeras violações de direitos praticadas pelo Talibã, principalmente contra as meninas e as mulheres afegãs.

Sahraa Karimi é a primeira mulher a ter um PHD em cinema no Afeganistão e a ocupar cargo de direção da Afghan Film Organisation, única empresa cinematográfica estatal no Afeganistão, fundada em 1968. Em sua carta, Sahraa pede à comunidade internacional: “Sejam nossas vozes fora do Afeganistão”.

A situação das mulheres no Afeganistão

Nos últimos dias, imagens de caos e desespero no Afeganistão ocuparam os noticiários do mundo após a tomada da capital, Cabul, por parte do grupo extremista Talibã. Com a retirada das tropas estadunidenses, o exército do Talibã derrotou a segurança nacional afegã, levando inclusive à fuga do presidente Ashraf Ghani.

Desde então, instalou-se uma era de terror para os afegãos, principalmente para as mulheres, devido à diminuição dos direitos conquistados ao longo dos últimos 20 anos. Isso acontece porque o Talibã segue uma versão distorcida da Sharia, lei islâmica, para perseguir mulheres, que são impedidas de estudar, trabalhar, sair de casa sem pedir permissão ao marido, morar sozinha, além de deverem se vestir com restrição (burca ou similar), e estarem mais vulneráveis a violências como o estupro e o casamento forçado.

Aquelas que quebram as regras são humilhadas e espancadas em público pela polícia religiosa, que se utiliza de uma interpretação errônea da religião para propagar o terror. Para se oporem ao Talibã, as mulheres afegãs precisarão de apoio internacional dos movimentos sociais, instituições e governos preocupados com os direitos humanos, e é importante que se dissemine informação sobre a situação que enfrentam.

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