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sábado, 23 de novembro de 2024
Negócios

Setor elétrico se inova e reduz monopólio em Goiás

Produção e comercialização de eletricidade já são feitas por empresas independentes e ofertadas para grandes consumidores

Postado em 4 de setembro de 2021 por Nielton Soares
Setor elétrico se inova e reduz monopólio em Goiás
Produção e comercialização de eletricidade já são feitas por empresas independentes e ofertadas para grandes consumidores | Foto: Reprodução

Com energia elétrica nas alturas, devido à estiagem e escassez de água nas hidrelétricas, sendo necessário que o país opte pela produção de eletricidade pelas termelétricas – cujos custos são mais elevados e, por isso, a adoção e reajustes da bandeira vermelha – as famílias e empresas têm buscado alternativas para economizar ou adquirido novas fontes geradoras de eletricidade, como equipamentos de energia fotovoltaica, geradores ou mesmo comprando energia elétrica de outras empresas independentes. Mas é possível comprar eletricidade, no caso de Goiás, sem ser pela Enel?

O presidente da Associação Brasileira de Consumidores de Energia Elétrica e Utilidades (ABCEU), José Reis, esclarece que é possível a aquisição de eletricidade não apenas da companhia local, podendo ser comprada de outras empresas independentes, o que diminuiu um pouco o monopólio. “A pessoa que tem grande consumo de energia consegue adquirir energia de fontes renováveis, mais barata do que da concessionária local”, afirma.

Porém, apenas podem comprar energia, do chamado mercado livre, quem consome acima de 500 kW. Ele cita como exemplo de mediadora desse negócio o Grupo Simer, que é autorizada para produzir eletricidade e revender, além de fazer toda a tratativa documental, em acordo com a companhia de distribuição local. Para que isso seja viável, ele explica que há empresas independentes como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), pequenas Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) e empresas que fazem parte de geradoras de energia eólicas, que produzem e alimentam o Sistema Interligado Nacional (SIN). 

“Um exemplo hipotético: se a Simer gerar energia no Rio de Janeiro, essa produção é lançada no SIN, que disponibiliza para consumidores mais próximos, resultando em créditos para a empresa. Então, a energia que a Enel está levando para a sua casa, vem das fontes da Simer, fontes dela mesma, de Belos Montes, e de várias outras fontes”, detalha.

O dirigente da ABCEU simplifica como é feita a comercialização de energia elétrica no Brasil. “Imagina que a companhia de energia é um caminhão transportando uma mercadoria para sua casa. Ela faz essa parte logística. Porém, o produto mesmo, a energia elétrica, é comprada de outras companhias e geradoras, onde o preço está mais em conta, o chamado mercado livre”, diz. Para essas transações, que geram créditos, que posteriormente são compensados, há legislação que regulamenta. Assim, quando o consumidor compra energia elétrica de outras empresas, ele recebe via Enel, “com contrato resguardado pela Câmara de Comercialização de Energia, e daí são feitas as compensações”.

Energia Solar Fotovoltaica

Para se ter ideia, no ano passado, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgou uma nota informando que muitos países pretendem diminuir a emissão de carbono na próxima década e, por ser uma fonte de energia renovável – que é naturalmente abastecida pela luz solar, essa geração deve se firmar como a principal fonte de eletricidade”. O crescimento global já está em 12% ao ano. No Brasil, a tendência é acompanhar essa alta. E já está tramitando em caráter de urgência na Câmara dos Deputados um projeto de lei, que pretende beneficiar consumidores que geram a própria energia elétrica, sobretudo a partir de fontes renováveis (solar, eólica, biomassa), e injetam o excedente na rede de distribuição local. 

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) destacou que o Brasil ultrapassou a marca histórica de 10 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica, em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos. Isso fez o país entrar para o grupo dos 15 países com maior geração de energia solar do mundo. Ranking liderado pela China, Estados Unidos e Japão.Minas Gerais lidera o ranking de estados brasileiros com maior potência instalada, com 1.142,9 MW, responsável por 18,1% da capacidade nacional. Goiás ocupa a sexta posição, com 334 MW, representando 5,3%.

A engenheira eletricista, especialista em automação, Lorrayne Christina Coelho Faria, aponta que é cada vez maior o número de consumidores optando pela energia solar fotovoltaica. “Além da solução para a crise hídrica e de uma economia que pode chegar até 95% na conta de luz, a energia produzida pela captação do calor e da luz do sol protege o meio ambiente por ser uma fonte limpa e renovável”, salienta. O próprio Governo Federal vem promovendo o uso, quando lançou o programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa, Minha Vida), que deve contar com o sistema de energia solar. (Especial para O Hoje)

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