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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Uma em cada cinco estudantes já sofreu violência sexual no Brasil, aponta IBGE

Maior parte dos estudantes que relataram ter sido vítima de algum tipo de violência são de escolas privadas.

Postado em 10 de setembro de 2021 por Alice Orth
Uma em cada cinco estudantes já sofreu violência sexual no Brasil
Maior parte dos estudantes que relataram ter sido vítima de algum tipo de violência são de escolas privadas. | Foto: Reprodução

Os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, divulgados nesta sexta-feira (10/09), mostram a extensão da violência de que adolescentes de 13 a 17 anos são vítimas no Brasil. Os dados foram obtidos por meio de um dispositivo móvel utilizado pelo próprio adolescente, que coleta os dados e garante o anonimato e a individualidade de quem responde.

Dentre as meninas, uma em cada cinco adolescentes (20,1%) de 13 a 17 anos diz já ter sido tocada, manipulada, beijada ou ter tido partes do corpo expostas contra a sua vontade, e 8,8% das meninas nessa idade já foram forçadas ao sexo, a maioria antes dos 14 anos. Agressores costumam ser pessoas próximas, na maioria dos casos, sendo 29,1% namorado ou namorada e 24,8% amigos.

Além disso, a maior parte dos estudantes que relataram ter sido vítima de algum tipo de violência são de escolas privadas –  16,3% contra 14,4% das instituições públicas. Embora garotos também sofram agressões, o percentual é mais baixo entre o sexo, com 9%.

Somando-se todos os adolescentes, 14,6% dos estudantes dessa idade narraram já terem sofrido algum tipo de violência sexual pelo menos uma vez na vida. “É preciso estar atento. Muitas vezes caracterizado como “brincadeira”, a importunação ou assédio sexual pode assumir contornos de estupro e levar as vítimas ao medo e ao abandono escolar, por exemplo. Esse tipo de violência pode ter várias consequências para os jovens, podendo criar uma cultura permissiva quando tais atos não são vistos como sérios e passíveis de punição”, ressalta Cristiane Soares, uma das analistas da PeNSE.

“Ao se pensar em políticas públicas para ajudar esses adolescentes, é preciso estar muito atento ao fato de que os agressores, grande parte das vezes, são pessoas do ambiente doméstico das vítimas ou pessoas com quem elas têm relação de afetividade. Isso provoca um sentimento de desamparo e de não ter a quem recorrer. O adolescente sente que não tem com quem falar sobre o que está acontecendo com ele”, alerta. “A culpabilização afeta social e emocionalmente essas pessoas”.

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