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domingo, 24 de novembro de 2024
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Negócios

Escritório de arquitetura opera em plataforma digital

Empresa usa os recursos que eram gastos com a sede física nas ferramentas digitais avançadas

Postado em 11 de setembro de 2021 por Alice Orth
Escritório de arquitetura opera em plataforma digital
Empresa usa os recursos que eram gastos com a sede física nas ferramentas digitais avançadas | Foto: Reprodução

O home office é visto com desconfiança por muitas empresas até hoje, mas se tornou uma necessidade durante o período de pandemia de Covid-19. Sem escolha, muitas apostaram no formato para conseguir manter a produção diminuindo os riscos de contaminação dos funcionários. E ele acabou caindo no gosto de quem gosta de praticidade.

Um estudo do Instituto Gartner revelou que, no início da quarentena, em março do ano passado, 77% das pequenas e médias empresas brasileiras aderiram integral ou parcialmente ao home office. Outra pesquisa, realizada no fim de 2020 pela revista MIT Technology Review Brasil com 2,2 mil organizações no país, mostrou que ao menos 80% delas pretendiam manter a modalidade de trabalho ao fim da pandemia.

Em Goiânia, os sócios da Norden Arquitetura concluíram que trabalhar de casa era não apenas mais confortável, mas que a produtividade do empreendimento tinha melhores resultados quando os 20 integrantes da equipe podiam ficar mais perto da família, ganhar o tempo gasto com o trajeto anteriormente e ganhar mais privacidade.

A conclusão foi de que a sede física deixou de ser essencial para o funcionamento do negócio, assim como para o seu crescimento. O arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, um dos sócios e fundador da empresa, afirmou que partir do mês maio, o único endereço da empresa será o do site na internet, o que fará com que a Norden se torne o primeiro escritório de grande porte e fulldesign a funcionar integralmente de forma digital.

Paulo Renato explica que após um ano de trabalho à distância, percebeu que a produtividade da empresa aumentou, bem como o número de clientes. “Nossa receita cresceu e também o número de projetos e de contratos fechados durante a pandemia. Nós também expandimos nossa atuação no território brasileiro, pois passamos a ser procurados por clientes de vários estados e de todas as regiões. Acho que, de uma maneira geral, as construtoras e incorporadores entenderam que a presença física não era fundamental para se pensar em projetos e isso favoreceu nossa contratação também por clientes fora de Goiás”, salienta.

O trabalho remoto também redefiniu as barreiras da distância, possibilitando a contratação de colaboradores de outros lugares. “A partir do momento em que o trabalho é home office, essas pessoas contratadas podem ser do mundo inteiro. Então trabalhamos com gente da Bulgária, de Portugal, da Bahia, e todos compõem a equipe Norden. E essa expansão que experimentamos se deu justamente por termos resolvido utilizar mais a tecnologia, uma vez que a questão do espaço físico ou do escritório passou a ser um detalhe que já não nos atendia”, relata.

O empresário lembra que, em janeiro deste ano, a empresa chegou a ensaiar uma volta ao escritório, mas a ideia foi recusada com uma nova onda de covid. “Nós, os sócios, nos perguntamos: porque a gente ainda continua com o escritório? Então fizemos as contas de quanto gastamos com o escritório durante este um ano de pandemia, levando em consideração gastos com aluguel, condomínio, IPTU, luz, internet banda larga, seguro e várias outras despesas oriundas de um espaço de trabalho que não estava sendo usado. A gente estava quase que, literalmente, rasgando dinheiro”, relata.

Segundo ele, os gastos que eram destinados à manutenção da sede física foram convertidos para investimento em softwares de gestão de projetos, gestão de pessoas, gestão financeira, gestão de tempo e programas de armazenamentos. “A maior dificuldade foi encontrar uma forma de organizar o tempo de trabalho. Então teve casos de pessoas trabalhando muito além do horário que faziam normalmente no escritório. E isso realmente gerou, no começo, um pouco de estresse. Porém, em dois meses esse problema começou a ser solucionado com a implementação de alguns softwares de gestão, o que deixou a agenda das pessoas mais organizada. Em quatro meses já estávamos todos com as respectivas rotinas de trabalho muito bem estabelecidas, e sem prejuízo de tempo para o lazer, para a atenção à família e, claro, aos cuidados com a saúde”, destaca Paulo Renato. (Especial para O Hoje)

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