Sexo e educação: conhecimento e utilização de contraceptivos por adolescentes
Segundo a ONU, uma menina entre 15 e 19 anos é infectada com o vírus HIV, causador da aids, a cada três minutos no mundo.
A adolescência é a fase de transição entre a infância e a idade adulta, marcada por transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. Nesse período acontece o que chamamos de descoberta sexual, onde ocorrem várias perturbações, sensações e prazeres. O entendimento da sexualidade é tido como algo peculiar, no qual se manifesta desde o nascimento até o óbito, de formas distintas a cada fase do desenvolvimento, além disso, sendo a mesma construída no decorrer da vida, sua existência encontra-se marcada na história, cultura, ciência, assim como, nas questões afetivas e sentimentais, expressando-se portanto com uma singularidade em cada indivíduo.
As questões ligadas à sexualidade e fecundidade adolescentes têm despertado crescente atenção. Estudos comprovaram que o fato de as jovens obterem aulas sobre sexualidade influenciaram a diminuição do número de gestações. Na maioria dos estudos disponíveis, a análise do conhecimento sobre métodos anticoncepcionais é muito subjetiva, não incluindo modo de usar, efeitos colaterais, indicações e contra indicações destes. Isso pode causar uma interpretação inversa da maneira correta do uso dos métodos contraceptivos e assim perder a sua real finalidade. Portanto, o presente trabalho teve por objetivo trabalhar o estudo da educação sexual no ensino fundamental, focalizando nos métodos contraceptivos, a fim de prevenir uma gravidez não planejada e as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Em matéria especial para o O Hoje, foi divulgado que Goiás, 51,6 mil estudantes com idades entre 13 a 17 anos não fizeram uso de preservativo na primeira relação sexual, ou seja 47% desse público nessa faixa etária. É o que aponta a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Estado, 139.045 estudantes nesta faixa etária afirmaram já ter tido relação sexual alguma vez, o que representa 34,4% do total. A pesquisa, que entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio também demonstrou que a análise dos percentuais de iniciação sexual por sexo revela que 39,8% dos meninos já tiveram relação sexual, sendo que, destes, 43,7% o fizeram com menos de 14 anos. Na Capital, estes índices foram menores: 29,1% afirmaram que já tiveram relação sexual, e, destes, 34,3% afirmaram que a primeira vez foi com 13 anos ou menos. O uso de camisinha ou preservativo na primeira relação sexual foi uma característica de 62,9% dos estudantes em Goiás, sendo que meninas e alunos da rede privada foram os que registraram os maiores percentuais de uso, com 64,1% e 69,8%, respectivamente.
Diane Kelly é ginecologista formada pela Unisa (Universidade de Santo Amaro) e afirmou que o desafio para a educação sexual deve ser constante, visto que cada vez mais cedo os jovens dão início a atividade sexual, assim é importante conhecer os métodos contraceptivos para evitar ou se possível reduzir as DSTs e uma gravidez não planejada. ”Os adolescentes devem ter em mente que a vivência sexual deve ser saudável, respeitando a si próprio e principalmente aos outros”, completou.
Educação Sexual
A camisinha, tanto masculina quanto feminina, é o único método que além de impedir a gravidez indesejada (com eficácia de 95%), também protege contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como AIDS e HPV. A camisinha masculina é um envoltório, geralmente de látex, que recobre o órgão reprodutor masculino e retém o esperma durante o ato sexual. Já a camisinha feminina é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis.
“Sou a favor de usar a camisinha em qualquer relação sexual, mesmo que a parceira utilize anticoncepcional ou qualquer outro método contraceptivo”, declarou João Fernando Siqueira, que tem 20 anos e entende a necessidade do uso da camisinha.
Segundo a ONU, uma menina entre 15 e 19 anos é infectada com o vírus HIV, causador da aids, a cada três minutos no mundo. E não são só elas que estão incluídas nas doenças: os meninos também. De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de rapazes de 20 a 24 anos com aids cresceu 133% entre 2007 e 2017.
Como ter acesso a métodos anticoncepcionais
Métodos disponíveis no SUS Atualmente, o SUS deve distribuir ou realizar gratuitamente:
- Camisinhas (feminina e masculina)
- Anticoncepcional oral combinado (pílula)
- Minipílula
- Pílula do dia seguinte
- Anticoncepcional injetável (mensal e trimestral)
- Diafragma DIU de cobre
- Laqueadura
- Vasectomia
Para ter acesso aos anticoncepcionais pelo SUS, é preciso procurar uma Unidade Básica de Saúde ou um hospital público que ofereça atendimento ginecológico, com o cartão do SUS em mãos, e agendar a consulta com um médico ginecologista.