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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Jovens de 16 a 35 anos já são os principais investidores do mercado de capitais

Levantamento aponta que pessoas com menos de 25 anos já representam 26% dos investidores na bolsa de valores

Postado em 2 de outubro de 2021 por Ícaro Gonçalves
Jovens de 16 a 35 anos já são os principais investidores do mercado de capitais
Levantamento aponta que pessoas com menos de 25 anos já representam 26% dos investidores na bolsa de valores | Foto: Reprodução

Se antes entrar no mercado de capitais era algo complexo e para poucos, nos últimos anos fazer um investimento tem se tornado algo cada vez mais simples e atrativo. A antiga bolsa de valores, recheada de formalidades, pessoas engravatadas e onde os pregões de venda de papéis ocorriam fisicamente, tem cedido espaço para simples e ágeis negociações fechadas em computadores e smartphones pessoais, o que tem atraído a atenção de muitas pessoas, especialmente o público jovem.

            É o que aponta um levantamento realizado pela B3, empresa de infraestrutura de mercado financeiro com sede em São Paulo. Segundo os dados do levantamento, o Brasil atingiu recentemente a marca de 3 milhões e 800 mil carteiras de investimentos na plataforma. Destes, 2 milhões são de pessoas que iniciaram no mundo dos investimentos nos últimos dois anos. Em sua maioria são pessoas jovens, com idades que variam de 18 a 24 anos (26%), ou de 25 a 34 anos (42%). Somando as faixas, pessoas com menos de 35 anos já representam 68% dos investidores na bolsa. Aqueles entre 35 a 44 anos são 22%, os de 45 a 54 anos são 7%, e de 55 a 65 anos formam 3%.

            De acordo com Maurício Magalhães, assessor de investimentos e head da mesa de renda variável da Kaza Capital, esse crescimento no interesse dos jovens pelo mercado de capitais se deve principalmente à ação de influenciadores digitais e a perda de empregos durante a pandemia. “Influenciadores digitais começaram a falar sobre investimentos no começo de 2019 e isso se intensificou com a pandemia. Além disso, a necessidade de ter uma reserva financeira e investimentos líquidos após muitos jovens perderem seus empregos ocasionou o aumento substancial em seu interesse pela área dos investimentos”, afirma.

            De fato, os influenciadores tem auxiliado cada vez mais a tomada de decisão daqueles que desejam ingressar na bolsa de valores, sendo a fonte de informação de pelo menos 60% dos jovens que entraram no mercado de capitais nos últimos. E não é para menos. Um estudo divulgado em junho deste ano pela Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostrou que um grupo de 266 influenciadores digitais que falam sobre investimentos no YouTube, Twitter, Instagram ou Facebook, já possuem um quantitativo total de 74 milhões de seguidores.

            Entre as principais influenciadoras digitais sobre educação financeira e investimentos estão a jornalista e especialista em finanças Nathalia Arcuri, com mais de com 6,3 milhões de seguidores em seu canal Me Poupe!, no Youtube; a consultora financeira e ex-modelo Carol Dias, com 6,1 milhões de seguidores em seu Instagram; e a administradora e empresária carioca Nathália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, com 475 mil seguidores em seu Twitter.

            Ainda segundo os dados da pesquisa da B3, o perfil médio dos novos investidores é jovem (média de 32 anos), sem filhos (60%), com renda mensal de até R$5 mil (56%) e com trabalho em tempo integral (62%). A maioria ainda é formada por homens (74%), mas o número de mulheres investindo na bolsa (26%) teve um grande crescimento, saltando de 179.392 em 2018 para 809.533 em 2020.

            Embora o número de pessoas interessadas no mercado de capitais tenha crescido em todo o país, investidores do Centro-Oeste ainda somam um quantitativo tímido em relação às outras regiões do país, formando apenas 8% do total. A maior parcela está no Sudoeste (51%), seguido da região Sul (21%) e do Nordeste (16%). A região Norte fica em último lugar, com apenas 4% do quantitativo de investidores na bolsa.

            Segundo Maurício, isso se deve aos perfis extremos dos investidores de Goiás e do Centro-Oeste, que oscilam entre os ultra-conservadores e os agressivos, o que favorece erros nas tomadas de decisão e o excesso de medo de investir. “Sempre que alguém com perfil de investimento agressivo perde dinheiro, aqueles com perfil conservador usam isso como justificativa para seu receio excessivo de investir. Cria-se então uma bola de neve, onde os que buscam investimentos arriscados acabam caindo em golpes, e os que buscam investimentos seguros, não investem por medo desses golpes”.             Para os novos investidores, o ideal é criar uma carteira balanceada, com investimentos em setores e áreas diferentes. “Não existe investimento perfeito, pois não são todos os que vão se valorizar da mesma forma e ao mesmo tempo. É importante variar entre aqueles de renda fixa, ações da bolsa de valores, investimento em ouro, entre outros. Se forem bem feitos, e em uma boa proporção, o investidor consegue ter uma carteira balanceada e protegida de imprevistos”, afirma o especialista em investimentos.

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