Investigados por homofobia, vereadores falam pela 1ª vez sobre inquérito da PCGO
Os vereadores Cabo Senna (Patriota), Sargento Novandir (Republicanos), Gabriela Rodart (DC) e Thialu Guiotti (Avante) estão sendo investigados por homofobia. Eles fazem parte de um inquérito da Polícia Civil de Goiás (PCGO). Os quatro parlamentares são suspeitos de frases preconceituosas durante uma sessão da Câmara Municipal de Goiânia, quando iniciaram uma discussão acerca de uma […]
Os vereadores Cabo Senna (Patriota), Sargento Novandir (Republicanos), Gabriela Rodart (DC) e Thialu Guiotti (Avante) estão sendo investigados por homofobia. Eles fazem parte de um inquérito da Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Os quatro parlamentares são suspeitos de frases preconceituosas durante uma sessão da Câmara Municipal de Goiânia, quando iniciaram uma discussão acerca de uma propaganda de uma rede de fast food, que celebrava o Dia Internacional do Orgulho LGTBQIA+, em junho deste ano.
Sargento Novandir (Republicanos) alegou que seus comentários no discurso foram usados por uma determinada emissora da Capital fora do contexto. Pressionado, se ele teria cometido crime de homofobia, Novandir respondeu ter “100% de certeza que não”. O parlamentar argumentou que não faz discriminações. “No meu gabinete, 08, aqui na Câmara Municipal de Goiânia, me assessora um travesti e me assessora uma lésbica”, justificou.
Ao O Hoje, o vereador Thialu Guiotti (Avante) contou que não foi notificado oficialmente e que apenas ficou sabendo pela imprensa. Segundo ele, em relação ao assunto, está tranquilo. “Preocupação zero. Até porque aquilo que for me perguntado, aquilo que for inquerido, obviamente responderei”.
Também informando que não foi notificado, aos jornalistas, Cabo Senna (Patriota) disse que não iria comentar sobre o assunto, mas se convidado para comparecer na delegacia, uma vez que é investigado, ele respondeu: “Claro que vou. O que eu mais fiz na minha vida policial foi ir na delegacia. Então, eu não tenho dificuldade nenhuma disso”.
Já Gabriela Rodart (DC) considerou o processo como “uma honra ser processada por defender o direito natural e a doutrina da Igreja Católica, ainda sob protestos daqueles que negam a verdade.
Inquérito
O inquérito foi instaurado na última quarta-feira (06/10) pelo Grupo Especializado no Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e de Intolerância (Geacri), sob responsabilidade do delegado Joaquim Filho.
Segundo o titular da Geacri, as supostas frases teriam sidos proferidas “após uma discussão sobre uma propaganda que falava sobre como as crianças veem as relações homoafetivas. Logo após isso, os vereadores falaram que era ‘uma vergonha’, que ‘não era coisa de Deus’, então, fizeram comentários discriminatórios”.
Repercussão
Após os discursos dos quatro vereadores goianienses, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO) classificou as falas como homofóbicas. O defensor público Leonardo César Stutz chegou a repudiar as atitudes deles.
“Essas declarações merecem atenção, merecem indignação dos demais atores do sistema de Justiça, porque isso acaba prejudicando a sociedade como um todo. Muito embora nesse primeiro momento a discussão tenha ficado restrita ao âmbito do parlamento, o fato é que isso reverbera em toda sociedade e culminar em lesões, perseguições e remoção de direitos”, salientou.
Leia a reportagem completa na edição impressa do jornal O Hoje deste sábado (09/10). (Colaboração de Felipe Cardoso)