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sábado, 23 de novembro de 2024
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Operação Vikare

PF prende ex-deputado em operação contra tráfico internacional de drogas

Operação partiu da investigação no Amapá após identificar o estado como ponto logístico da organização criminosa

Postado em 20 de outubro de 2021 por Maria Paula Borges
PF prende ex-deputado em operação contra tráfico internacional de drogas
Operação partiu da investigação no Amapá após identificar o estado como ponto logístico da organização criminosa | Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) cumpriu 19 mandados de prisão na operação Vikare, nesta quarta-feira (20/10). A operação investiga grupo criminoso que atua com tráfico internacional de drogas e partiu de investigação no Amapá, iniciada em maio de 2020, identificando o estado como ponto logístico da organização criminosa. Durante a operação, o ex-deputado estadual do Amapá, Isaac Alcolumbre, foi preso.

Além disso, a operação Vikare, cumpriu 51 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Ceará e Piauí. Conforme as investigações, o esquema usava aeronaves e empresas para mascarar o transporte ilegal de entorpecentes entre vários estados e países da América do Sul.

Um aeródromo de propriedade do ex-deputado, localizado em Macapá, funcionava como local de abastecimento e manutenção das aeronaves utilizadas, sendo a maioria de pequeno porte. Em nota à imprensa, Isaac negou as acusações e disse não estar envolvido em nada. Além de detalhar que comunicou à polícia sobre as suspeitas, sem detalhar os crimes.

“Com relação a outras acusações das quais ainda não tenho informações faremos a defesa no momento oportuno. Tenho um hangar (aeródromo), onde recebo várias aeronaves diariamente, por vezes já comuniquei a polícia sobre suspeitas, inclusive proibido pouso e decolagem”, diz a nota.

Segundo a PF, os aviões vinham principalmente da Colômbia e Venezuela, que depois seguiam com os entorpecentes para várias regiões do Brasil. O órgão informou ainda que foi solicitado o sequestro de bens de 68 investigados, como aeronaves, embarcações e o bloqueio de R$ 5,8 milhões em bens.

A operação foi motivada após a descoberta de destroços de um avião em maio de 2020 em uma área isolada do município de Calçoene, no norte do Amapá. A PF monitorava movimentações suspeitas e a investigação apontou que o veículo havia sido incendiado de propósito para esconder a prática ilegal.

No local em que o avião foi achado havia outros indícios do tráfico de drogas, como por exemplo, uma vala destinada ao armazenamento das drogas. Então, foram descobertas várias ocorrências que levaram à identificação dos envolvidos.

As investigações apontam que a aeronave havia sido vendida em novembro de 2020 para uma pessoa presa no Pará com 450 quilos de Skank, espécie de maconha que contém maior concentração de substâncias psicoativas. Além disso, o avião partiu do mesmo aeródromo, alvo das investigações, em Macapá.

De acordo com a PF, o aeródromo oferecia ainda apoio logístico, em que a pista de pouso tinha um serviço sofisticado de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros. “O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias, como retirada de bancos, fornecimento de combustível em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível”, informou a Polícia Federal.

A operação descobriu também que empresas de fachada em outros estados integravam o grupo criminoso para ocultar o dinheiro captado ilegalmente. Entre elas, está uma empresa do ramo de cosméticos, sediada em Sorocaba, São Paulo. A proprietária é colombiana e usava produtos químicos da empresa para auxiliar no refino de drogas.

Se indiciados, aos investigados, podem ser atribuídos crimes como tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas podem somar até 51 anos de prisão e pagamento de multa.

A Justiça Federal determinou também a apreensão de 95 veículos entre carros, motos e caminhões, além de aeronaves, embarcações e indisponibilidade de imóveis de 41 pessoas físicas e jurídicas.

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