Em meio a alta inflação, acionistas da Petrobras registram lucros bilionários
Só no segundo trimestre deste ano, a empresa anunciou ter lucrado R$ 42,9 bilhões, com intenção de antecipar R$ 31,6 bilhões em dividendos para seus acionistas.
A política de preços da Petrobras implantada em 2016 por Michel Temer (MDB), na qual o preço dos combustíveis foi “dolarizado”, passando a ser vendido com base no mercado internacional, completou recentemente 5 anos. Hoje, em 2021, os combustíveis vendidos ao consumidor brasileiro acumulam alta 30% maior que a inflação, enquanto a empresa registra lucros bilionários revertidos a seus acionistas.
Só no segundo trimestre deste ano, a empresa anunciou ter lucrado R$ 42,9 bilhões, com intenção de antecipar R$ 31,6 bilhões em dividendos para seus acionistas. O mesmo se repetiu nos anos anteriores. Foram R$ 30 bilhões lucrados em 2018 e R$ 44,8 bilhões em 2019, com queda em 2020.
O chamado PPI (preço de paridade de importação) tem agradado o Governo Federal, o principal acionista da estatal, e aparenta se manter firme, mesmo com as constantes críticas por parte da população.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou no domingo (24/10), que o governo federal não vai interferir na execução da atual política de preços da Petrobras. “Alguns querem que a gente interfira no preço, mas não vamos interferir no preço de nada. Isto já foi feito no passado e não deu certo”, disse o presidente.
Críticos da paridade internacional alegam que ela aumenta o lucro dos acionistas às custas do consumidor, que no fim paga pela alta do dólar e do petróleo. Com o PPI, a Petrobras leva em conta quanto ela poderia lucrar vendendo esses produtos no mercado internacional, além de custos como frete marítimo, taxas portuárias e transporte rodoviário.