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sábado, 23 de novembro de 2024
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Bem-Vindos: especialistas afirmam que pets diminuem o estresse do ambiente corporativo

Para a consultora de pré-vendas, Renata Alves, poder levar a ‘filha’ Maria para o trabalho é um alívio. “Trabalho o dobro, é minha forma de gratidão”

Postado em 8 de novembro de 2021 por Redação
Bem-Vindos: especialistas afirmam que pets diminuem o estresse do ambiente corporativo
Para a consultora de pré-vendas

Por Alzenar Abreu

Levar o pet de estimação para o ambiente de trabalho diminui o estresse, aumenta o bem-estar e, consequentemente, aumenta a produtividade. Especialistas dizem que todos ganham: trabalhadores e empresários e que a novidade está tomando cada vez mais ambientes que buscam inovação e qualidade de vida para seus funcionários.

Ainda não é fácil encontrar ambientes laborais abertos a bichos de estimação, mas é uma tendência que veio para ficar e ganha força. Esboços corporativos como escritórios compartilhados, parte administrativa de construtoras, imobiliárias e startups ganham espaço nessa modalidade.

Para o consultor de empresas, João Fernando Ribeiro, o que parece inovação faz parte de uma normativa mais conhecida como AS 8000. É uma certificação internacional que incentiva as organizações a desenvolverem, manterem e aplicarem práticas socialmente aceitáveis no local de trabalho.

Para além de definir condições mínimas de trabalho em todo o mundo, a SA 8000 também contempla acordos internacionais existentes, incluindo as convenções da Organização Internacional do Trabalho, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança.

Adotar a certificação SA 8000 significa que a organização deve ter em consideração o impacto social das suas operações, assim como as condições sob as quais seus colaboradores, parceiros e fornecedores trabalham. Pode ser aplicada em qualquer empresa, de qualquer tamanho, em qualquer parte do mundo. Certificar a empresa com uma auditoria como essa vai ajudar a desenvolver e melhorar a responsabilidade social em todas as operações. Trabalhar com auditores experientes para implementar a norma no local de trabalho demonstra responsabilidade social.

“Nesse aspecto, o ambiente de ‘trabalho é tudo’. Essa [de poder levar os pets ao serviço], certamente, é uma ferramenta de gestão que traz muito resultado para o gestor porque oferece mais bem-estar para quem trabalha. Sabemos que o contato com animais é muito importante para aliviar o estresse das pessoas e ajudar na estabilidade emocional dos colaboradores. Estudos mostram isso. E, se houver acordo entre o diretor da empresa e os donos dos animais para cuidarem do ambiente e trazerem bons resultados, é completamente possível”, diz

Colaboradores gratos

Para a consultora de pré-vendas da EBM Incorporadora, Renata Alves, poder levar ‘a filha’ Maria para o trabalho é um alívio. “Maria é minha vira-latinha que peguei com poucos anos de vida. Quando ela está por aqui [na empresa] me sinto mais motivada. Grata pelo que meu diretor permite. Trabalho o dobro porque é minha forma de gratidão”, conta.

Na empresa dela existem outras duas goldens retrievers. A Nazaré e a Brigite, mascotes da empresa. “Todos nós convivemos muito bem com eles. Eles [os animais] têm o espaço reservado para a parada de ‘pipi-dog’ e a manutenção da limpeza é frequente”, diz.

Renata garante que a clientela ama chegar e ser abordada pelos dóceis pets. “Alguns até trazem o deles aqui para brincar com os nossos. Mas fazemos isso de forma organizada, planejada. Sem atrapalhar o serviço”, conta.

Alívio imediato ao estresse

Renata diz que quando começa a ficar estressada é só um dos pets passar por perto e fazer um carinho que o sentimento vai embora. “Essa ligação com eles [os pets] nos traz leveza, tranquilidade e confiança. O chefe garante que a produtividade nunca caiu. Tanto é que ele mantém a gente com os animais”.

Denize Menezes é consultora no Hub Cerrado, uma plataforma de conexão que apoia empreendedores. Ela leva seu buldogue francês, Yoda, para o escritório. “Não são todos os dias. Mas só de ter essa liberdade já me sinto realizada e muito grata a minha chefia”, conta.

Ela diz que também pode levar o filho pequeno. “Nenhuma empresa me ofereceu a oportunidade de levar minha criança e meu pet para o local de trabalho. É a primeira vez que ganho esse presente. Temos outros colegas que trazem cães que circulam aqui como a Baby, uma yorkshire dócil que nos traz muita alegria. “Sinto-me aliviada quando tenho eles por perto”, explica.

Essa relação teve início quando a diretora da empresa resolveu fazer uma festa e permitiu que os funcionários que tivessem pets levassem também seus animais. “ Daí, deixamos sempre tudo organizado. E não paramos de trabalhar. O tempo passa e a gente nem vê”, brinca.

Nem todo ambiente é adequado

Para a psicóloga organizacional Laila Elis Santos, a novidade pode ser assertiva, mas depende do segmento do negócio. “Tem de ser avaliado o clima organizacional da empresa, grau de periculosidade e o segmento”, diz. Isso porque na área da saúde, como em uma clínica médica, por exemplo, a modalidade não seria possível. “Se a empresa disponibilizar um canil, com funcionários para cuidar dos animais, pode ser uma proposta para segmentos que podem adotar essa novidade. O lúdico é muito importante, mas esses fatores devem ser levados em conta”, afirmou.

Ter animais de estimação faz bem, dizem estudos

Não importa qual seja a opção do pet adotado. A realidade é que os bichos de estimação estão em muitos lares no mundo. No Brasil, já existem mais de 132 milhões de pets, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estima-se que no planeta existam 12 milhões de famílias com animais de estimação. O que corresponde a 40% dos lares, segundo o relatório da organização britânica Pet Food Manufacturer Association (PFMA).

Com essas mudanças de comportamento e economia, até a legislação também têm sido alterada nos últimos anos. Em agosto de 2019, o Senado brasileiro aprovou o Projeto de Lei n° 27/2018 que determina que os animais possuem natureza jurídica sui generis e são sujeitos a direitos despersonificados, devendo gozar e obter tutela jurisdicional em caso de violação. Vedado o seu tratamento como coisa.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente (CMA), destacou que a nova lei contribuirá para elevar a compreensão brasileira sobre o tratamento dos animais. “Trata-se de um passo importante em um processo de mudança institucional dirigida para a ampliação da esfera de direitos”, aponta Ana Lucia Camphora, professora de direito animal nas Faculdades Integradas Hélio Alonso.

Na última década, a ‘causa animal’ ganhou dimensão política sem precedentes no Brasil. Com amplo apoio da população que é extremamente sensível aos animais e a proteção do direito à vida e do respeito aos bichos, como serem viventes que não podem ser maltratados. (Especial para O Hoje)

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