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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Negócios

Brasil ocupa 2º lugar em estética odontológica, mas especialistas alertam sobre procedimentos

Mesmo que dado seja importante para a economia, dentistas reforçam sobre importância da boa escolha de profissionais e materiais de qualidade

Postado em 2 de abril de 2022 por Carlos Nathan Sampaio

Apesar do período de crise econômica por conta da pandemia, o mercado da estética no Brasil continua crescendo a passos largos ficando atrás apenas dos EUA e da China. Em 2021, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), esse mercado cresceu mais de 560% no país e, junto dele, a Odontologia Estética acompanhou a evolução, ampliando o escopo de procedimentos ofertados com a recente aprovação pelo Conselho Federal de Odontologia (Resolução CFO 198/2019) da Harmonização OroFacial como especialidade, catapultando a demanda e a democratização do acesso à sociedade. 

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), o Brasil ocupa o segundo lugar no pódio de transformações estéticas odontológicas no mundo, destacando que a busca por procedimentos estéticos na área triplicou entre 2014 e 2017, e o setor passou a oferecer serviços mais completos, inovadores e tecnológicos. Nesse ritmo de crescimento, as lentes de contato e facetas cerâmicas ocuparam papel protagonista na última década, como destaca o doutor Lúcio Monteiro, professor do Curso de Especialização em Odontologia Estética da Associação Brasileira de Odontologia – Goiás. “Nesses mais de 27 anos de experiência clínica, é perceptível pela procura que as lentes de contato cerâmica marcaram a última década da estética odontológica e tiveram papel fundamental na transformação de sorrisos”, disse.

Apesar de ser algo para comemorar, economicamente falando, esse crescimento social por mudanças do ‘status quo’, aumentando vertiginosamente a demanda em consultórios e clínicas especializadas, traz consigo a obrigatoriedade do preparo técnico e reciclagem científica daqueles que se dispõem a ofertar procedimentos estéticos sob pena de danos biológicos irreversíveis e resultados frustrantes. Quem explica é a autora do livro, best seller na Odontologia, “Facetas – Lentes de Contato e Fragmentos Cerâmicos”, e coordenadora de cursos de pós-graduação em Odontologia Estética da Associação Brasileira de Odontologia – Goiás, doutora Paula Cardoso. 

“Estar disposto a ingressar no mercado é diferente de estar apto. Apesar da estética ser o objetivo inicial da procura, ela é resultado de um processo técnico pautado em correto diagnóstico e indicação ética dos procedimentos sob risco de mutilação da estrutura dental em caráter irreversível. O desejo por mudança não pode superar a indicação”, afirma a dentista. 

Dentro do assunto há, ainda, um ponto a ser destacado refere-se ao aumento de casos de bruxismo na população mundial nesse período de pandemia, como conclui a recente publicação do Journal of Clinical Medicine (2022), periódico de alto impacto científico mundial, confundindo a sociedade com os sinais de desgaste dental pelo comportamento parafuncional o que impacta resultados estéticos e funcionais por erros de diagnóstico. 

Esse assunto é fruto de pesquisa, ensino e dedicação do doutor Rafael Decurcio, coordenador da pós-graduação em Reabilitação oral Estética e Funcional da Associação Brasileira de Odontologia – Goiás e autor de publicações científicas sobre o tema que destaca a importância desse entendimento. “É previsível que pacientes parafuncionais, portadores de Bruxismo ou Apertamento Dental, busquem soluções baseadas em alterações estéticas visuais pois é o que se consegue observar de forma leiga como mudança do sorriso. Nesse sentido, o profissional deve estar atento aos sinais e sintomas para que as Facetas Cerâmicas ou Lentes de Contato sejam uma ferramenta terapêutica do processo de reabilitação e não assumam protagonismo no convencimento de execução de tratamentos”, garantiu o especialista.

Outro alvo a ser discutido, ainda segundo os especialistas, trata-se da padronização de sorrisos, robotizando os resultados e desprezando a individualidade do ser humano como fator primordial ao planejamento estético. “Padrão esquelético, idade, sexo, comportamento sócio-cultural, limitações e possibilidades técnicas, indicação e, sobretudo, compreensão dos riscos e benefícios de cada procedimento estético são pontos relevantes a serem levados em consideração quando do estabelecimento de um planejamento reabilitador para transformação do que se mostra o sorriso”, diz Decurcio.

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