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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Propostas

Conselho de Arquitetura e Urbanismo publica carta aos candidatos políticos da eleição neste ano

Manifesto reúne 20 propostas para embasar políticas públicas capaz de impactar questões estruturais no país

Maria Paula Borgespor Maria Paula Borges em 5 de abril de 2022

As contribuições de arquitetos e urbanistas brasileiros, aprovadas na última plenária do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU Brasil), para aprimoramento das cidades estarão na pauta das eleições de 2022. O manifesto reúne 20 propostas para embasar políticas públicas capaz de impactar questões estruturais no Brasil.

Conforme a carta, o Brasil vive um dos períodos mais críticos da história, com 25 milhões de moradias precárias e mais de 220 mil pessoas em situação de rua, além de citar ser “inegável que as desigualdades territoriais foram determinantes na propagação da pandemia da Covid-19”. A carta destaca ainda que as mudanças climáticas apontam a emergência de ações na crise ambiental.

A carta apresenta quatro pilares, sendo eles que o Brasil necessita de mais arquitetura e urbanismo, que moradia digna é uma questão de saúde pública, direito à cidade é questão de justiça social e que o Planejamento Urbano Integral é segurança e qualidade de vida.

A partir dos pilares foram estabelecidos sete eixos. O planejamento das cidades e regiões; habitação, saúde pública e meio ambiente; organização e políticas de estado; valorização da arquitetura e urbanismo; tributos e trabalho; educação; e relação com a sociedade.

No eixo planejamento das cidades, uma das sugestões é a implantação de um projeto nacional baseado na regionalização e integração de políticas públicas, além de defender a estruturação das cidades a partir do planejamento territorial, da política habitacional e da mobilidade urbana, com investimentos massivos especialmente nas periferias urbanas e assentamentos precarizados.

Já no eixo de habitação, saúde púbica e meio ambiente, uma das propostas solicita investimentos em políticas públicas de promoção da saúde, conjugadas com implementação da regularização fundiária, requalificação das áreas urbanas informais e da assistência técnica pública e gratuita para o projeto e construção de habitação de interesse social como política pública de Estado.

Além disso, a carta defende o restabelecimento dos Ministérios da Cidade e da Cultura e a contratação de obras públicas com projetos executivos completos. Outro item recomenda a promoção da valorização da atividade profissional do arquiteto e urbanista, “inclusive implementando-a como carreira de Estado, em função de seu protagonismo em gestão e planejamento urbano e regional, fomentando a presença e o trabalho interdisciplinar destes profissionais”.

O documento defende também a promoção de um Ensino Superior de qualidade, que valorize a modalidade presencial e seja “mais inclusivo na sua concepção e na sua prática, especialmente para a formação em arquitetura e urbanismo”.

No eixo da relação com a sociedade, a carta sugere a restauração dos investimentos sociais reduzidos por uma Emenda Constitucional e do teto de gastos públicos, além do combate estrutural ao racismo, à misoginia, xenofobia e homotransfobia, favorecendo a apropriação da cidade por pessoas pretas, mulheres, migrantes, indígenas, pessoas travestis, transexo e transgênero, população em situação e/ou trajetória de rua.

O documento é assinado pelas entidades que compõem o Colegiado das Entidades Nacionais de Arquitetos e Urbanistas (CEAU) do CAU Brasil: IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), FNA (Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas), ABEA (Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo), AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), ABAP (Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas) e FeNEA (Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo). A elaboração da Carta contou ainda com a contribuição das presidências dos CAU/UF.

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