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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Investigação

Adriano da Nóbrega: morte do ex-PM teria sido encomendada em troca de cargos públicos, diz irmã

Adriano da Nóbrega era suspeito de comandar um grupo de milicianos no Rio de Janeiro e, segundo acusações, de ser envolvido na morte da vereadora Marielle Franco.

Postado em 7 de abril de 2022 por Redação

O assassinato do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020 após ser acusado de chefiar o Escritório do Crime no Rio de Janeiro, teria sido encomendado por integrantes do Palácio do Planalto. Isso é o que afirmou a irmã de Adriano, Daniela Magalhães da Nóbrega, em conversa telefônica com uma tia a qual a Polícia Civil do Rio de Janeiro Registrou por meio de escuta.

Na conversa, que ocorreu dois dias após a morte de seu irmão, Daniela diz à sua tia que ele [Adriano] sabia de uma reunião envolvendo seu nome no Planalto, e que desejavam que ele se tornasse um “arquivo morto”.

“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, disse ela na ligação, obtida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro há dois anos, e divulgada pela imprensa.

Ligação com milícia

Adriano da Nóbrega era suspeito de comandar um grupo de milicianos no Rio de Janeiro e, segundo acusações, de ser envolvido na morte da vereadora Marielle Franco, assassinada em uma emboscada em março de 2018. Ainda teria se envolvido em esquemas de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj).

“Ele falou para mim que não ia se entregar porque iam matar ele lá dentro. Iam matar ele lá dentro. Ele já estava pensando em se entregar”, falou a irmã no áudio.

Uma outra irmã de Adriano, chamada Tatiana, também teve suas conversas grampeadas pela Polícia Civil. Ela conta para uma tia que o ex-governador do Rio, Wilson Witzel, teria sido o responsável por mandar matar Adriano. “Foi esse safado do Witzel, que disse que se pegasse era para matar. Foi ele”, disse.

Tatiana também diz, nas conversas, que o irmão não era miliciano, e que as acusações eram uma tentativa de ligá-lo à família Bolsonaro. “Pessoal cisma que ele era miliciano. Ele não era miliciano não. Era bicheiro. Querem pintar o cara numa coisa que ele não era por causa de coisa política. Porque querem ligar ele ao Bolsonaro. Querem ligar ele a todo custo ao Bolsonaro. Aí querem botar ele como uma pessoa muito ruim para poderem ligar ao Bolsonaro”, falou.

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