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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Descaso

Moradores do setor Vila Santa Helena sofrem com abandono por parte do poder público

Cmei em construção há quase 10 anos, buracos nas ruas, lâmpadas de postes ligadas durante o dia, árvores sem poda e com ramas encostando nos fios são algumas das reclamações

Postado em 7 de abril de 2022 por Redação

Por Sabrina Vilela

Problemas de infraestrutura têm causado transtornos aos moradores e motoristas que transitam pela Vila Santa Helena. Segundo a população, o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) está em construção há quase 10 anos; ruas com buracos no asfalto, postes com lâmpadas ligadas em plena luz do dia; árvores precisando de podas com ramas encostando nos fios e entulho próximo ao Cmei são algumas das situações relatadas.

Um vizinho do Cmei que não quis se identificar afirma que o centro de educação está com quase 10 anos com obras que não tem fim. “Recentemente ouvi dizer que vão retomar as obras para entregar, mas sempre fazem isso e não muda nada”, desabafa. 

O aposentado Olavo Rodrigues mora há 52 anos no setor e viu todas as mudanças sofridas pelo lugar, como as obras do Cmei. “Ele funcionava antes, mas era pequeno. Então, resolveram fazer obras para aumentar e nunca terminaram de construir”, explica. Segundo ele, a proposta era de entregar a obra em 180 dias após o início das reformas, mas o prazo não foi cumprido. 

O aposentado tem esperança que neste ano a obra seja concluída. “Talvez esse problema seja resolvido em breve porque estamos em ano de eleições. Já tivemos várias promessas quanto a entrega e nada se cumpriu, como é ano de política logo começarão a mexer nisso”.

Olavo Rodrigues relata que por causa do abandono do Cmei os moradores ficam preocupados com o aumento da criminalidade. “Agora o Cmei virou esconderijo de drogados. Isso gera medo na vizinhança”, reclama. 

O aposentado acrescenta que o Cmei sofre roubos constantemente. “No Cmei tinha materiais como cimento, tijolos, forros, mas roubaram tudo. Os ladrões vinham de caminhão e levavam os materiais à noite”, denuncia. Ele conta que existia um vigia noturno na obra, mas há muito tempo não há mais.

Já a atendente de loja Yohanna da Cruz Souza, que mora há mais de 15 anos no bairro, afirma que quando começaram as obras do Cmei, que fica em frente à sua casa, ela nem sonhava em ter filhos e agora tem um garotinho de oito anos. 

“Achei que o Cmei fosse ficar pronto quando meu filho tivesse idade para estudar nele, mas eu tive que levar ele para outra escola em outro bairro. Outras mães tiveram que pagar uma escola particular mais próxima”, reclama. 

Yohanna da Cruz relata ainda que são comuns casos de dengue na região e ela aponta como principal causador de focos o próprio Cmei. “Todo mundo está tendo dengue na região por causa do lixo e entulho jogado no Cmei. Eu mesma já peguei a doença cinco vezes ao longo desses anos”. 

A aposentada Eniette Rodrigues afirma que seus filhos estudaram no Cmei antes de começarem a reforma e que hoje já são adultos e tiveram filhos e a obra continua inacabada. 

“É triste ver acabar o patrimônio. É dinheiro nosso que não está sendo usado”, informa. Ela também suspeita que casos de dengue na região podem ser devido às obras abandonadas do Cmei. “Meu irmão atualmente está com dengue”, denuncia. 

A reportagem teve acesso a imagens de dentro do Cmei e foi confirmado o abandono das obras. As estruturas estão finalizadas, mas sem o devido acabamento. O local se tornou moradia de animais e acúmulo de sujeira. É possível observar restos de materiais para construção e muito lixo. Os moradores não entendem o motivo da obra ainda não ter sido entregue já que está praticamente finalizada. 

A equipe de reportagem do jornal O Hoje entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia para saber sobre a previsão de conclusão da obra e entrega do Cmei para a população. Até o fechamento desta edição, a assessoria não havia enviado resposta.

Buracos, lâmpadas acesas e fiação elétrica causam preocupação 

Os moradores da Vila Santa Helena também reclamam por terem de lidar com buracos ao longo das ruas P, Q, 15, 20 e Divisa. Segundo eles, os buracos já fazem parte do bairro e em época de chuva a situação fica ainda pior. “Eu acho que a prefeitura tem dó de tampar esses buracos. Os remendos são feitos, mas logo os buracos voltam a aparecer”, informa Yohanna da Cruz.

Segundo ela, é comum ver veículos estragarem por causa dos buracos. “Carro estraga demais por causa dos buracos. Vi uma moto que estragou, mas o motociclista só não caiu porque estava devagar”.

Eniette Rodrigues conta que ela mesma já tentou resolver a situação. “Eu que tampei as crateras da Rua 15. Eu quebrei uma parede aqui de casa e usei o entulho para entupir os buracos, porque se eu não tivesse feito isso carro nenhum iria conseguir passar”, informa.

Tapeceiro, Carlos Roberto Lemes reclama da esburacada. “Aqui na Rua 15 tem buracos demais, na parte da noite é mais perigoso porque estraga pneu. Com a chuva, a situação piorou e eu nunca vi arrumarem o asfalto nesse trecho”, reclama. 

Lâmpadas acesas

Outro problema enfrentado pelos moradores da Vila Santa Helena são alguns postes que ficam com as lâmpadas acesas durante 24 horas. A reportagem de O Hoje encontrou dois nessa situação na Rua 15. De acordo com moradores, existiam outros nesta situação, mas as lâmpadas com o tempo acabaram queimando. 

“Tem esse poste aqui em frente à minha casa que passa o tempo todo ligado. Acho que está assim há mais de oito meses. Por isso a gente paga energia tão caro. Tinha outros postes, mas eles já queimaram”, denuncia Eniette Rodrigues. 

Em frente ao estabelecimento de Carlos Roberto Lemes, outro poste está com a lâmpada acesa durante o dia, mas a lâmpada já está começando a falhar. Além dos buracos enfrentados pelos moradores da Rua 15, a reportagem flagrou árvores que necessitam de poda porque as ramas já estão encostando na fiação elétrica. 

Manutenção 

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) informou, por meio de nota, que realizará a manutenção asfáltica nas vias indicadas pela reportagem até amanhã (8). Sobre a iluminação na Rua 15, na Vila Santa Helena, será realizada a vistoria essa semana para solucionar o problema o mais breve possível. A pasta reforça que a população pode sempre encaminhar reclamações e solicitações pelo aplicativo Prefeitura 24h.

Com relação às árvores que precisam de podas, a Companhia de Urbanização do Município de Goiânia (Comurg) informou que encaminhará a solicitação à Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), que é responsável por realizar laudo técnico sobre a poda de árvores. Caso a Amma permita a poda, a Comurg fará o serviço.  

Em caso de proximidade de fiação elétrica às galhadas, a Comurg solicita apoio da Enel para realizar o serviço com segurança. A Enel Distribuição Goiás informa que encaminhará uma equipe ao local para verificar a rede elétrica e podar as árvores que estiverem em contato com a fiação.

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