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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Negócios

Pix parcelado: saiba como funciona nova modalidade de crédito e como evitar o endividamento

Com a expansão do e-commerce na pandemia, instituições financeiras apostam em serviços de crédito digitais

Postado em 21 de abril de 2022 por Vitória Bronzati

Desde o seu lançamento em 2020, o Pix se tornou um dos principais meios de pagamento no país, desbancando outras operações como TED e DOC. De lá para cá, o sistema que, inicialmente, foi pensado para pessoas físicas começou a chegar às pequenas e médias empresas e, mais recentemente, virou um bom negócio para bancos e fintechs com o parcelamento de pagamentos via Pix. O Banco Central liberou a função na ideia de que a pessoa receba o valor total do pagamento, à vista, enquanto aquele que paga, poderá parcelar o valor total sem a necessidade de um cartão de crédito na operação.

A forte adesão do brasileiro fez com que até mesmo os bancos físicos tradicionais, além dos bancos digitais, passassem a oferecer o serviço de crédito para os seus clientes através da ferramenta acessada facilmente pelo telefone celular. Um dos exemplos mais claros é o banco pioneiro desta ação, o Bradesco. Há um ano e dois meses, o banco apostou na modalidade de crédito via Pix e já atendeu mais de 800 mil clientes, somando um valor de R$ 170 milhões. Os juros cobrados são a partir de 2,36% ao mês pelo serviço e pode ser pago, conforme perfil e característica da ação, em até 60 meses. 

O economista Luiz Carlos Ongaratto, disse que a nova funcionalidade pode ser uma alternativa para o cliente que não tem cartão de crédito ou não gostaria de utilizá-lo para efetuar a compra. Um dos maiores benefícios são os prazos que podem ser de 12 ou até 24 vezes, dependendo do banco ou da fintech que está ligado. “As taxas de juros são mais competitivas do que um empréstimo e mais competitivo do que o crédito já que os juros e as taxas são maiores”, completa Luiz

Mesmo desbancando entre as outras operações, a concorrência do cartão de crédito pode ser acirrada, já que as duas opções possuem juros. A nova modalidade de parcelamento foi desenvolvida na intenção de ser ainda mais atrativa que os cartões, mas é importante observar como o mercado irá aderir e formatar os produtos.

Luiz Carlos diz que mesmo com a concorrência, ambos são produtos diferentes e para públicos diferentes. “O crédito não precisa necessariamente de uma vinculação com uma instituição bancária ou financeira, mas o Pix você tem uma vinculação com um cartão digital”, afirma. 

Ao ser questionada sobre o que acha dessa nova modalidade, a estudante Laís Gimenez acredita que o parcelamento pode ser interessante, mas pode ser inviável para quem já possui a possibilidade de parcelamento pelo cartão de crédito. “Acredito que não seja uma boa opção já que, com o cartão, é possível conseguir inúmeras vantagens como milhas e pontos.

O economista Danilo Orsida, em entrevista para o jornal O Hoje, diz que enxerga o parcelamento com Pix como uma nova possibilidade de crédito no mercado, mas que o consumidor não pode enxergar isso como uma renda extra já que possui o mesmo risco de parcelamento como qualquer outra opção de crédito já existente. “É preciso enxergar essa possibilidade como uma possibilidade de fluxo de caixa ou como uma possibilidade de respiro no pagamento de alguma dívida”, afirma.

Em relação aos riscos, o economista afirma que os cuidados precisam ser os mesmos já tomados com o Pix, como por exemplo, não compartilhar a chave e usar a chave aleatória para o risco de fraude ser menor do que chaves com CPF e e-mail. Outro cuidado, é ter atenção em relação ao Pix agendado, já que ele envia um comprovante mesmo a transação não ter sido completada.

Luiz Carlos afirma que golpes tendem a acontecer no meio digital, principalmente em relação aos valores. A cada nova tecnologia, a cada novo serviço financeiro lançado, surgem novas abordagens para novos golpes cibernéticos. “Não que os golpes mudam, mas a abordagem, a facilidade de pagamento e o menor compromisso da parcela de você não precisar ter aquele valor integralmente na conta, podem estimular as pessoas a caírem em golpes de maneira mais fácil” explica o economista.

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