Mesmo com aumento da pobreza no país, bilionários brasileiros fazem fila para comprar jatinhos
O Brasil conta com mais de 16 mil aviões particulares, incluindo jatinhos, aviões, turboélices e helicópteros.
Os índices relativos à pobreza no Brasil têm crescido rapidamente nos últimos quatro anos. Até junho de 2021, em plena pandemia, o número de brasileiros que viviam com renda per capita de até R$ 261 mensais chegava a 27,7 milhões. Enquanto isso, em um cenário que parece destoar da atual realidade socioeconômica dos brasileiros, milionários e bilionários estão fazendo fila para comprarem seus jatinhos particulares.
Isso é o que afirmam empresas do setor de aviões particulares, que relatam um aquecimento do mercado nos últimos anos. Segundo levantamento feito em 2021, o Brasil já é atualmente o segundo país que mais compra aeronaves particulares no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Um dos motivos para esse aumento na demanda seria a pandemia de covid-19, que levou muitos magnatas a desejarem meios de transporte mais individuais e, logo, com menos risco de contaminação. Outro ponto é o aumento da concentração de riqueza no país. Durante os dois anos de pandemia, a fortuna dos bilionários do mundo cresceu 60%. No Brasil, 20 novos bilionários surgiram entre 2020 e 2021.
Segundo Bruna Strambi, diretora de uma companhia de aviação executiva do Brasil, uma aeronave modelo Hondajet, com custo estimado em R$ 27,8 milhões, tem uma longa fila de espera, com entregas previstas a partir de 2025.
Mercado nacional
O Brasil conta com mais de 16 mil aviões particulares, incluindo jatinhos, aviões, turboélices e helicópteros. De acordo com a Embraer, a companhia vendeu 86 jatos executivos em 2020, 93 em 2021, e projeta um aumento em 2022 entre 100 e 110 aviões.