A última nota da Filarmônica: Orquestra sofre com falta de recurso
Músicos tiveram redução de 30% nos salários.
Músicos da Orquestra Filarmônica de Goiás publicaram uma carta na qual afirmam que a situação salarial do grupo, está levando a uma morte não perceptível para as pessoas que assistem aos concertos. A orquestra acaba de lançar o primeiro disco de uma série dedicada às sinfonias de Claudio Santoro, recebendo elogios da crítica em publicações como Le Monde, Classical Today e Gramophone.
Ainda assim, os componentes da orquestra têm sofrido com uma queda salarial responsável por diminuir o número de artistas, que têm buscado outros grupos Brasil afora. Em 2020, após um período em que deixou de funcionar por dificuldades na contratação dos artistas, a orquestra retomou atividades, mas os músicos tiveram redução de 30% nos salários.
Carta
Os músicos ressaltam que lutam contra um fluxo lento, mas constante, de músicos deixando a orquestra. Cada vez que outra orquestra abre concurso, nossos melhores músicos sempre se candidatam, pois elas oferecem salários melhores e estrutura mais sólida. “Já perdemos vários colegas de alto valor musical e técnico por esta razão. Nos últimos anos, mais de vinte músicos deixaram a OFG, motivados, principalmente, pela defasagem salarial. Eles não queriam necessariamente deixar a OFG, mas não conseguem ter uma vida digna com os salários que estamos recebendo.”, pontua trecho da carta.
Resposta
Por meio de nota, a Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) informa que a Orquestra Filarmônica de Goiás nunca foi tão valorizada como tem sido nesta gestão. No início de 2019, a Orquestra estava numa situação caótica, em que os músicos estavam com contratos feitos irregularmente pela gestão anterior. Por meio de uma ação movida pela Justiça em razão dessas irregularidades, os contratos foram rescindidos em 2020 por ordem judicial.
“A atual gestão se reuniu com os músicos em uma comissão, discutiu alternativas para resolver o problema da maneira mais rápida possível e em seis dias úteis conseguimos recontratá-los com uma solução provisória. Cerca de seis meses depois, por meio de uma fundação da Universidade Federal de Goiás, fez-se um novo contrato com os músicos”, afirma trecho da nota.
Conforme a nota, desde o momento que a gestão tomou conhecimento, há pouco dias, de que há uma necessidade de rever salários em comparação com a remuneração que está sendo paga para músicos de outras orquestras filarmônicas, o Governo prontamente buscou mais informações e já agendou uma reunião com os músicos para dialogar.
“O Governo de Goiás se compromete em fazer aquilo que for necessário para continuar tendo a Orquestra Filarmônica de Goiás como a mais importante do Brasil, mostrando a forma séria e com total prioridade que trata a arte e a música, é sem dúvida colocando o grupo em destaque”, pontua.