Acusado de matar advogados em Goiânia é condenado a mais de 45 anos
Crime aconteceu em 28 de outubro de 2020, no escritório de Marcus Chaves e Frank Carvalhaes (Foto: Reprodução)
A justiça de Goiânia condenou Pedro Henrique Martins, um dos acusados pela morte dos advogados Marcus Aprigio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes, em 2020, em 45 anos, seis meses e dez de dias de reclusão, além de 110 dias-multa. A pena deverá ser cumprida em regime inicial fechado.
Destaca-se, como o acusado já está em prisão preventiva – Pedro foi detido naquele mesmo ano -, ele não poderá recorrer em liberdade. A condenação é dos jurados, em julgamento presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 1ª Vara Criminal dos crimes dolosos contra a vida e Tribunal do Júri de Goiânia.
A defesa alegou negativa de autoria e requereu a absolvição do réu. Os jurados, contudo, negaram. Ainda cabe recurso.
Crime
O crime aconteceu em 28 de outubro de 2020 no escritório dos advogados, no setor Aeroporto, por volta de 14h30. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o fazendeiro Nei Castelli contratou os assassinatos, pois Marcus e Frank venceram uma disputa judicial de reintegração de posse contra a família dele, que gerou R$ 4,6 milhões de honorários aos advogados.
Ele teria procurado, então, Cosme Lompa para auxiliar na contratação dos executores Pedro Henrique e Jaberson Gomes – este último morreu em confronto com a Polícia. Segundo os autos, a namorada de Pedro, Hélica Ribeiro, teria negociado o valor pelas mortes.
De acordo com o MP, o fazendeiro pagaria R$ 100 mil se a dupla não fosse presa e R$ 500 mil se eles não ficassem impunes. Assim, Pedro e Jaberson armaram uma reunião com Marcus Chaves com nomes falsos.
No dia do crime, já no escritório, eles foram levados a uma sala de reunião e renderam Marcus com um revólver, e ele precisou chamar Frank. Os dois foram mortos: Marcus com três tiros e Frank com um. Os disparos foram realizados por Pedro Henrique, segundo o Ministério Público.
Ainda conforme o MP, eles perguntaram as vítimas onde teria dinheiro. Marcus, inclusive, chegou a dar R$ 2 mil para eles. O órgão diz que foi uma tática para despistar as motivações. No júri, vale citar, Pedro alegou ter sido Jaberson o autor dos disparos.