Casos de censura se multiplicaram nos últimos meses do governo Bolsonaro, diz entidade
São quase 200 casos desde 2019, primeiro ano de Jair Bolsonaro na presidência.
Os casos de censura se multiplicaram no último ano do governo Bolsonaro, é o que dizem dados do Movimento Mobile, rede de organizações que atuam na defesa e promoção da liberdade de expressão artística e cultural no Brasil.
Só nos últimos cinco meses, quatro casos marcantes de censura foram observados no Brasil onde o governo federal e algumas prefeituras tentaram evitar previamente manifestações políticas dos artistas ou tirar obras de circulação. Desde 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, foram registrados 195 casos do tipo.
As artes plásticas contabilizam quase 17% dos registros de censura. Audiovisual tem 15,79% e música, 11%, também segundo a entidade, que destaca ainda que São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram o ranking de estados em número de obras censuradas.
Entre uma dos principais casos está a tentativa de censura ao Lollapalooza por suposta propaganda eleitoral antecipada em benefício do ex-presidente Lula. Na época, o PL, partido do presidente, acionou o Tribunal Superior Eleitora (TSE) para tentar proibir manifestações políticas no evento.
O caso ocorreu durante show da cantora Pabllo Vittar que desceu para a plateia e pegou uma toalha vermelha com o rosto do ex-presidente antes de deixar o palco. Ela também fez um “L” com a mão, em referência a ele, em outros momentos do show. Já Marina, antes à frente da banda Marina and the Diamonds, xingou Bolsonaro e o mandatário russo, Vladimir Putin.
Depois do pedido do PL, o ministro Raul Araújo classificou como propaganda eleitoral as manifestações políticas de ambas as cantoras e determinou, de forma liminar, a proibição de novas manifestações e uma multa de R$ 50 mil para a organização do evento no caso de novos atos.