20% das brasileiras nunca realizaram exame de prevenção ao câncer de colo do útero
A taxa é ainda maior entre as mulheres mais novas: na faixa etária entre 18 e 24 anos, 64,3% nunca realizaram o exame na vida.
O exame citopatológico do colo do útero (conhecido como Papanicolau) pode reduzir de 60% a 90% dos casos de câncer de colo de útero e custa apenas 7 reais para o SUS. Apesar disso, 20% das mulheres das capitais brasileiras nunca o realizaram na vida.
A taxa é ainda maior entre as mulheres mais novas: na faixa etária entre 18 e 24 anos, 64,3% nunca realizaram o exame na vida. Entre as mulheres de 25 a 34 anos, esse índice é de 26,4%. Os dados são do Observatório de Atenção Primária à Saúde da Umane com base nas informações da nova pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que acaba de ser divulgada, e se referem ao ano de 2021.
Os índices de realização do exame variam bastante de acordo com as capitais. Em Maceió (AL), 40% das brasileiras nunca fizeram o Papanicolau na vida. Já em Florianópolis (SC) esse índice é de 14,9%, o que escancara as diferenças regionais.
A realização do preventivo pode ter sido impactada pelas medidas sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19 no Brasil desde 2020.
Risco silencioso
O câncer de colo do útero matou 9.500 mulheres no Brasil em 2019, segundo o Ministério da Saúde. É o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A incidência é de 16.4 a cada 100.000 mulheres, acima da média global de 13.1.
A experiência de alguns países desenvolvidos mostra que a incidência do câncer do colo do útero foi reduzida em torno de 80% onde o rastreamento citológico (por meio do Papanicolau) foi implantado com qualidade, cobertura, tratamento e seguimento das mulheres (WHO, 2007).
Com informações da Umane