Luiz Cláudio Silva Neto, advogado de Maurício Sampaio – um dos acusados da morte do jornalista Valério Luiz – disse que não irá ao julgamento do caso que está previsto para a próxima segunda-feira (13/6). A informação foi dada pelo Jornal O Popular.

Silva Neto questiona a imparcialidade do juiz que preside o júri do caso, Lourival Machado da Costa. Em coletiva na segunda (6/6), ele anunciou que protocolou notícia-crime contra a conduta do magistrado contra outro réu no caso, o comerciante Marcus Vinícius Xavier.

Na ocasião, ele mostrou um vídeo de depoimento de Marcus. Segundo o advogado, o juiz atua como se fosse um promotor de Justiça. Destaca-se, o pedido de suspeição da defesa contra o magistrado já foi arquivado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Além das acusações ao juiz, o advogado também afirma que estará no Rio de Janeiro para defender outro cliente, em 13 de junho.

Valério Filho

“Eles estão fazendo um jogo duplo. Dizem à imprensa que não vão, porque o juiz é imparcial, mas nenhuma denúncia contra o magistrado foi colhida”, afirma Valério Filho, filho do radialista Valério Luiz, que é advogado e assistente de acusação.

Segundo ele, a Defensoria Pública está intimada para comparecer em 13 de junho para, caso a defesa se ausente, dar prosseguimento ao julgamento.

Caso Valério

Valério Luiz foi morto em julho de 2012. Segundo o Ministério Público, o radialista foi assassinado por ter feito críticas que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, que fazia parte da direção do Atlético Goianiense.

Além dele, foram denunciados: Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Marcus Vinícius Pereira Xavier, Maurício Borges Sampaio e Urbano de Carvalho Malta.

Último adiamento

Vale lembrar, os advogados de Sampaio deixaram o último júri, em 2 de maio, o que resultou em novo adiamento – para 13 de junho. À época, o juiz Lourival multa de R$ 121 mil (100 salários mínimos) aos defensores.

O desembargador José Paganucci Júnior, entretanto, acatou mandado de segurança da procuradoria de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) e suspendeu, liminarmente, a punição. Para ele, o abandono estava atrelado ao exercício da defesa e não interfere nos aspectos ético-profissionais.