Com incerteza econômica, venda de computadores deve crescer só 10%
Com 447 milhões de dispositivos digitais em uso no Brasil, o País pode ter um computador por habitante em 2023, aponta estudo
O Indicador de Incerteza da Economia (IIE) chegou a 115,9 pontos no mês de maio, subindo um ponto. O índice é maior que a média de 114,4 pontos registrada entre março de 2015 e fevereiro de 2020, isto é, nos cinco anos anteriores à pandemia. O indicador é medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) e foi divulgado na última semana.
Este desempenho indica um momento de incerteza moderadamente elevado. Segundo a economista Anna Carolina Gouveia, o valor deve sempre estar na casa dos 100. “Apesar de o índice não ter um valor máximo ou um mínimo de referência, ele é padronizado para sempre girar em torno dos 100 pontos.
Quando ele está nesse nível, o cenário está moderado. Ou seja, a incerteza não está nem alta nem baixa.” Para concluir a análise, a pesquisa coleta informações de jornais brasileiros e do mercado financeiro. É construída em cima de dois componentes: o IIE-Br, com peso de 80% no resultado final, e o IIE-Expectativa, com 20%.
Em maio, eles tiveram praticamente o mesmo resultado. O IIE-Br tem em vista a frequência com que as notícias sobre a incerteza econômica saem na mídia. Dessa forma, quanto mais publicado em jornais, maior será o fator. Em maio, o aumento foi de 0,5 ponto, chegando a 114,1. Já o segundo indicador estima as previsões dos analistas econômicos em relação à inflação, taxa câmbio e taxa Selic no ano seguinte.
Quando o IIE-Expectativa está muito alto significa que há uma dispersão entre essas variáveis, ou seja, o mercado está assimétrico em relação a como elas estarão daqui a um ano. Com esse índice de disparidade na economia, de acordo com o estudo, outra pesquisa também feita pela instituição afirma que as vendas de computadores devem crescer.
Venda de eletrônicos
Segundo o levantamento anual divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os fabricantes devem esperar um avanço menor em 2022. A projeção é de alta de 10% nas vendas de computadores em 2022, considerando desktops, notebooks e tablets. Em 2021, 14 milhões de computadores foram vendidos. O setor teve uma alta de 27% sobre o ano anterior.
Estima-se que os computadores ultrapassem a população brasileira em 2023, com 216 milhões em uso até o começo do ano. A venda dos aparelhos, segundo a FGV, teve um crescimento de 27%, com mais de 14 milhões de unidades comercializadas.
O crescimento em relação a 2019 não foi tão forte. Em junho de 2022, conforme a pesquisa, para cada computador no Brasil existe 1,3 TV ou 1,3 telefone e temos um telefone por TV. “Nota-se que a base instalada em uso no Brasil e no mundo de telefones é maior que a de TVs, que, por sua vez, é também maior que a de computadores”, diz o estudo.
Notebook ou smartphone?
Por outro lado, o Brasil tem em torno de 1,2 aparelhos celulares por habitante. As vendas dos smartphones tiveram um crescimento de 27%, com mais de 14 milhões de unidades comercializadas. Assim, é possível perceber que com a aceleração da tecnologia as pessoas estão priorizando comprar smartphones, uma vez que muitos não possuem o poder aquisitivo para ter os dois.
Para Cláudio Abdala, estudante de jornalismo, o celular já consegue substituir muitas funções do computador. “Ele tem algumas vantagens por ser mais móvel, o computador você não consegue carregar para todo lugar que nem o celular. Mas, querendo ou não, o computador ainda tem ferramentas a mais que auxiliam muito no dia a dia.”, explica o jovem.
Quando indagado do porquê precisava do computador, Cláudio afirma que necessitava de um eletrônico que conseguisse guardar muitos dados. “Eu queria porque um computador consegue suportar mais jogos e jogos que exigem uma máquina de mais alta qualidade, coisa que o celular e o notebook não conseguem”, afirma. Em relação ao acesso à internet, o celular ainda é a primeira opção.
No Brasil existem muitos pré-pagos desativados. Em 2021, as vendas de smartphones cresceram 27%, com mais de 14 milhões de unidades comercializadas. Para 2022, a pesquisa estima um crescimento perto de 10%. O estudo contabilizou mais de 242 milhões de telefones celulares em uso no Brasil, o que representa 1,1 aparelho por habitante, ou 113% da população. Nesta escala, o País está acima da média mundial de 91% da população, mas ainda abaixo dos 136% registrados nos Estados Unidos.
O levantamento teve uma amostra de 2.650 médias e grandes empresas retratando o cenário atual e as tendências de tecnologia do ambiente. “O texto analisa a evolução dos dispositivos digitais (computador e smartphone) e dos softwares. Em breve teremos mais dispositivos inteligentes ou digitais do que humanos”, conclui a pesquisa da FGV.