Apesar da ampliação, usuários do IMAS relatam dificuldade em tratamentos
O Imas conta com mais de 80 mil usuários, entre titulares, dependentes e agregados
O Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Servidor (Imas) de Goiânia ampliou em 23,4% a quantidade de atendimentos em maio, na comparação com abril. Em números absolutos, foram 62,9 mil no mês passado. O Imas tem mais de 80 mil usuários, entre titulares, dependentes e agregados. Entretanto, usuários do plano de saúde reclamam que mesmo com a ampliação dos atendimentos, estão tendo dificuldades para encontrar atendimentos.
É o caso do usuário do Imas há 24 anos, o professor Sebastião Ferreira do Carmo, 56 anos, ele ressalta que mesmo o Imas ampliando os atendimentos e buscando assistência por meio do plano, existem prestadores de serviço que cobram do paciente. “Existem profissionais que atendem pelo Imas e cobram por fora, o que eles chamam de complementação de consulta”, reclama.
O Professor pontua que na experiência dele o Imas piorou. “Faço tratamento com determinado médico já a alguns anos e, pela primeira vez, só há vaga com período de mais de um mês. A justificativa, segundo disse a secretária, é que o médico reduziu o número de pacientes. Agora, só atende um paciente do Imas por dia, pois não está compensando atender pelo Imas”, afirma.
Outro caso também, é o da funcionária pública municipal, Marilda Aparecida Campos Silva, 51 anos, ela explica que os servidores da Educação contam exclusivamente com o Imas como o único plano de saúde. “Todos os meses em nosso contracheque é descontado o plano de saúde. Se fizermos exames, tem co-participação e é descontado no nosso contracheque, e o prefeito não repassa o dinheiro para os prestadores. Estamos desamparados, não temos atendimento médico. Isso é inadmissível”, reclama.
Segundo a funcionária pública, a filha dela de 11 anos tem problemas renais e está na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) aguardando um urologista para fazer o tratamento adequado. “Minha filha está vivendo à custa de analgésico via oral ou injetável até conseguir passar por um especialista. Desde o início do mês de março que não tem urologista atendendo pelo Imas. Agendei uma consulta em abril para o mês de maio e foi cancelada. Minha filha está passando mal há duas semanas”, afirma Silva.
Angélica Aparecida de Oliveira, 46 anos, professora de artes, depende do plano do Imas para que possa ter um atendimento de saúde digno. Mas, segundo ela, não é isso que tem acontecido. A educadora precisa realizar uma cirurgia corretiva na mama, entretanto tem enfrentado uma série de obstáculos para conseguir o procedimento.
“As pessoas continuam sofrendo. Inclusive a resposta que tive sobre minha cirurgia é que não tem médico cirurgião e nem hospital para fazer. Não vi melhorias nenhuma nessa ampliação de atendimento. As consultas continuam sendo canceladas, desde muitos anos, nunca mudou nada por alí”, pontua a professora.
Box: Os procedimentos dividem-se em:
Atendimentos domiciliares (116), consultas (20,5 mil), consultas iniciais de odontologia (725), exames (25,8 mil), exames radiológicos de odontologia (852), honorários (1,5 mil), internações (1,3 mil), quimioterapia e radioterapia (242), exames complementares (4 mil), solicitação de materiais e medicamentos (946), solicitações de quimioterapia (176), terapias (1,7 mil), tratamentos ambulatoriais (4 mil), tratamentos odontológicos (911), e urgências e emergências odontológicas (22).
Índices tendem a subir ainda mais
O presidente do Imas, Welmes Marques ressalta que os índices tendem a subir ainda mais, para corresponder às expectativas dos usuários. “Pelos resultados apresentados, até o momento, percebemos que o Imas está trilhando no caminho certo. Ainda há muito a construir e continuaremos buscando as melhorias para o Instituto”, afirma.
Marques explica que em relação a ampliação do IMAS ter aumentado mais de 23% dos atendimentos entre os meses de abril e maio, se deu referente a continuidade dos pagamentos que estavam em atraso e da confiabilidade dos prestadores a gestão do prefeito Rogério Cruz de priorizar o melhor atendimento ao usuário do IMAS. “Isto vem beneficiar os servidores que utilizam o IMAS, aumentando o leque de prestadores aos beneficiários”, pontua.
Marques pontua que a atual gestão está comprometida com a qualidade e a continuidade do serviço prestado aos mais de 80 mil usuários nas áreas médica, hospitalar, ambulatorial, laboratorial, odontológica, psicológica, fonoaudiológica, fisioterápica, nutricional, farmacêutica e de assistência social”, explica.
Ampliação dos atendimentos e pagamentos dos prestadores
A presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de Goiás (Fehosp), Christiane do Vale, explica que a ampliação dos atendimentos ocorreu porque os prestadores estavam parados. “Essa ampliação ocorreu, por causa dos atendimentos paralisados, se compararmos com os meses anteriores, como estavam parados, no mês seguinte, voltamos aos atendimentos”, afirma.
Vale ressalta que os pagamentos dos prestadores não foram todos realizados, porém com a entrada do novo presidente do Imas, e os ajustes de condutas juntos ao Ministério Público (MP), ficou tratado que eles quitariam outubro, novembro e dezembro. “Esse mês vai quitar dezembro, e nós estamos acompanhando o cronograma das dívidas anteriores para que sejam quitados, inclusive janeiro, fevereiro e março, que eles já estão devendo”, pontua a presidente.