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sábado, 16 de novembro de 2024
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Entrevista

Ibaneis: ”Me dou bem com Caiado e Marconi, mas não posso ter preferência”

Governador do Distrito Federal comenta eleições de Goiás, do DF e região do entorno

Postado em 28 de junho de 2022 por Francisco Costa

O Distrito Federal pode ter papel fundamental nas eleições de Goiás neste ano – como já teve no passado. Com mais de 600 mil eleitores, a região do entorno sofre influência direta do DF, que tem como governador e pré-candidato à reeleição, Ibaneis Rocha (MDB). O emedebista, que já teve estranhamentos com Ronaldo Caiado (União Brasil) no passado, hoje diz ter boa relação com o governador e que até pode ajudar. Mas sobre preferência entre os pré-candidatos goianos, ele diz não ser papel dele dizer.

“Me dou bem com o Caiado, com o Marconi (PSDB), que nem sei se será candidato ao governo. Mas eu não posso ter preferência, não é meu papel.” Confira a entrevista exclusiva ao Jornal O Hoje. 

Jornal O Hoje: Governador, como está a sua relação com Ronaldo Caiado, atualmente?

Ibaneis: É boa. Andamos nos estranhando, mas eu respeito muito a trajetória do Caiado. 

Jornal O Hoje: E como é a sua relação com pré-candidato a vice dele, Daniel Vilela, que é o presidente do MDB em Goiás, seu partido?

Ibaneis: Também é boa. O Daniel tem política no sangue e é um político em ascendência.

Jornal O Hoje: Sabemos que o entorno recebe muita influência do DF, em muitos casos, os moradores não sabendo de fato quem é o governador (se o senhor ou o Caiado). Nesse sentido, é possível que o senhor faça algum tipo de aliança para contribuir nas eleições de Goiás com Caiado, ou mesmo outro candidato?

Ibaneis: Neste final de semana estive em Luziânia. Tenho conversado muito com os prefeitos também, mas a influência no entorno não é mais a mesma do passado, porque com a biometria não há mais aquele eleitor que reside no DF e vota em Goiás ou vice-versa. Mas no que eles precisarem eu ajudo sim.

Jornal O Hoje: A proximidade do DF com Goiás é inegável. Qual a importância de ter governos alinhados e harmoniosos? 

Ibaneis: Os problemas são os mesmos, principalmente no Entorno, e os políticos precisam pensar em primeiro lugar é nas pessoas, em resolver o problema do cidadão. Isso se faz com responsabilidade, mas se houver um alinhamento, tanto melhor. Cada benefício que o governo de Goiás faz no Entorno reflete no DF; o contrário é igual. Precisamos ter políticas comuns. 

Jornal O Hoje: Nesse sentido, o senhor teria alguma preferência entre os pré-candidatos de Goiás (Caiado, Marconi Perillo, Vitor Hugo, Wolmir Amado e outros)?

Ibaneis: Me dou bem com o Caiado, com o Marconi, que nem sei se será candidato ao governo. Mas eu não posso ter preferência, não é meu papel.

Jornal O Hoje: Mas agora sobre o Distrito Federal. O DF tem 8 pré-candidatos ao governo, entre eles o senhor; Izalci Lucas (PSDB); Keka Bagno (PSol); Leandro Grass (PV); Leila Barros (PDT); Professor Lucas Salles (DC); Rafael Parente (PSB); e Robson da Silva (PSTU); mais a possibilidade do senador Reguffe (União Brasil). Acredita que essa pulverização favoreça o senhor? Ou que favoreça o processo eleitoral?

Ibaneis: Temos que esperar a consolidação das candidaturas. Eu sou pré-candidato, porque a pandemia tirou dois anos do nosso governo e muita coisa ficou por fazer. Vou mostrar o que fiz. Sei que vou enfrentar oposição, como é normal na democracia.

Jornal O Hoje: O favoritismo, conforme as pesquisas, é do senhor. Isso te dá tranquilidade ou ainda existe uma preocupação?

Ibaneis: Aprendi que não há favoritismo em eleição. Pesquisa é uma coisa, eleição é outra. Sei que tenho índices de aprovação bastante bons pelo que estamos fazendo, ainda mais que enfrentamos um período muito difícil. Vou continuar trabalhando e mostrando o que fiz. Se o eleitor achar que mereço, ganho o voto.

Jornal O Hoje: O que não conseguiu fazer nessa gestão que ainda tem como projeto?

Ibaneis: Na educação eu estava prevendo uma verdadeira revolução, com diversos tipos de escolas, desde o ensino integral, gestão cívico-militar, escolas técnicas… Mas a pandemia nos engoliu. Conseguimos reformar mais de 600 escolas, construímos unidades novas e modernas, aumentamos o número de servidores, mas ficou coisa para fazer. 

Na saúde, a pandemia nos obrigou a mudar a prioridade, tivemos que agir na emergência, deixando todo o planejamento parado. Fizemos sete UPAs, um hospital novinho, duplicamos a capacidade dos hospitais de Ceilândia e de Samambaia, fizemos um Centro de Medicina Nuclear, renovamos o centro de radiológico em Taguatinga. Mas temos problemas muito sérios e que vamos enfrentar. Ou seja, por mais que tenhamos feito há muito o que fazer.

Jornal O Hoje: Em relação ao governo federal, que deve ter uma polarização entre Lula e Bolsonaro. Pretende fazer palanque para algum?

Ibaneis: A maioria dos partidos que me apoia está na campanha do presidente do Bolsonaro e é com ele que vamos.

Jornal O Hoje: Algo mais a acrescentar?

Ibaneis: Só mandar um abraço para todos os goianos, desejar sorte nas próximas eleições para todos os candidatos. E que possamos trabalhar juntos, é claro.

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