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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Comissão de Inquérito

Alego instala CPI para investigar regulação da Saúde em Goiás

Primeiro encontro do grupo foi marcado pela dificuldade na aprovação das convocações sugeridas pelos deputados oposicionistas

Postado em 29 de junho de 2022 por Felipe Cardoso

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) instalou, na tarde da última segunda-feira, 28, a CPI da Central de Regulação da Saúde. A Comissão foi proposta com o objetivo de investigar denúncias de favorecimento, má gestão, omissão de socorro, prevaricação, desobediência e improbidade administrativa por parte dos gestores da saúde goiana.

Um dos principais entusiastas desse processo de apuração, o deputado Humberto Teófilo (Patriota) apresentou uma série de convocações e requerimentos já no primeiro encontro do grupo. Paulo Trabalho (PL), que assim como Teófilo, compõe o time de oposição ao Governo na Casa de Leis, também apresentou diversas solicitações. Ambos, porém, terminaram vencidos pela maioria dos parlamentares, governistas, que compõem o grupo. Com isso, nenhuma das solicitações avançaram.  

“Tenho denúncias de organizações que estão desviando dinheiro público, além de não prestarem um bom serviço à população. Não estou falando todas, claro, mas muitas delas. Temos aqui a chance de convocar os diretores, na condição de testemunhas, para nos explicar a situação e sanar nossas dúvidas. É importante que venham aqui, sob pena dessa CPI cair em descrédito”, destacou o parlamentar que se mostrou, senão pela presença de Trabalho, em um aparente voo solo. 

Na contramão, o deputado caiadista e relator da CPI, Francisco Oliveira (MDB), foi quem saiu em defesa do trabalho prestado pelas Organizações Sociais no Estado de maneira mais enérgica. “Temos que tratá-las com respeito. Vamos nos dirigir a elas como OSs sérias, honradas, que prestam serviço para salvar vidas. Vejo com muita positividade [o trabalho prestado pelas Organizações] e gostaria que elas fossem tratadas assim por essa Comissão”, defendeu. 

Enfurecido com as colocações de Teófilo e Trabalho a respeito das convocações dos dirigentes, o parlamentar disparou: “Não estou defendendo nenhuma OS de nenhuma mazela. Não coloquem aqui que estou blindando a convocação dos donos das OSs. Não os conheço. Estou defendendo o sistema implementado. Qualquer coisa errada tem sim que ser condenada. O que não podemos é pré-julgar. Não podemos fazer com que pessoas citadas aqui compareçam como se fossem bandidas sendo que não são”. Somaram-se à posição de Oliveira, em especial, os deputados Talles Barreto (UB) – eleito presidente do colegiado – e Wilde Cambão (PSD) – eleito para a vice.  

O líder do Governo, deputado Bruno Peixoto (UB), também esteve acompanhando as discussões. Ele assumiu o compromisso de entregar o relatório da Secretaria de Saúde, com as solicitações, já na próxima reunião, que ficou agendada para amanhã, quarta-feira, 29, às 19h. Para a maioria dos membros, o início das investigações deve começar apenas após a devida análise das informações contidas no referido documento. 

Legislativo também conduz CPI do Leite

Em paralelo, o Legislativo ainda conduz, sob comando do deputado Amauri Ribeiro (UB), a CPI do Leite. A comissão foi instaurada para investigar supostas irregularidades na cadeia produtiva. Na primeira etapa dos trabalhos, realizada na semana passada, o colegiado aprovou uma sequência de requerimentos com o objetivo de “esclarecer todos os questionamentos”. 

Conforme mostrado pelo O HOJE, um deles foi destinado à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). O documento pede informações sobre os preços praticados entre os produtores e os comerciantes revendedores do produto. Outro requerimento foi enviado à Associação dos Pequenos Produtores de Leite (Aproleite). A solicitação, por sua vez, é que a associação forneça informações sobre a política de preços estabelecida com os fornecedores. 

O colegiado também aprovou o envio de requerimento à Secretaria de Estado da Economia. Segundo Amauri Ribeiro, a pasta deverá fornecer todas as notas pagas por todos os membros da cadeia leiteira de janeiro a junho. “Vamos pegar essas notas e compará-las com as notas fornecidas pelo outro lado. O motivo dessa CPI é descobrir se houve uma formação de cartel entre os laticínios”.

Outros ofícios também serão encaminhados na tentativa de levantar informações sobre o comércio varejista do produto. A Comissão solicitará, em todos os ofícios e requerimentos, os valores negociados em mercado entre janeiro de 2021 a junho de 2022. Durante a reunião, Amauri Ribeiro pediu celeridade da Casa no encaminhamento de ofícios aos laticínios e revendedores.

CPIs com o mesmo teor tem sido conduzidas pelos estados do Mato Grosso e Minas Gerais. “O que está acontecendo lá nós estamos trazendo para cá, e o que está acontecendo aqui eles estão levando para lá. Trata-se de uma troca de informações, pois os laticínios e estabelecimentos atacadistas e varejistas são os mesmos nesses três estados”, disse o presidente do grupo. 

E continuou: “Os produtores estão sofrendo com os preços pagos mediante o alto custo de produção. Quem está tendo prejuízo é o produtor que recebe um valor inviável, além do consumidor que está pagando um alto preço no supermercado”.

O presidente da CPI ressaltou que, atualmente, Goiás tem cerca de 70 mil produtores de leite e que muitos estão abandonando a produção pela inviabilidade dos preços baixos pagos pelos laticínios, sem justificativa. “Muitos estão passando por dificuldades e o nosso objetivo é descobrir o que motiva esses preços baixos injustificados”, frisou o parlamentar, ainda durante o primeiro encontro do colegiado.

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