Golpes virtuais crescem cerca de 500% em 4 anos no Brasil
De acordo com os pesquisadores, o sistema do Pix, ferramenta que facilita repasses dinheiro para outra pessoa, pode ser um dos principais vilões desse caso.
Com novos meios tecnológicos de realizar transferências bancárias, o número de golpes virtuais cresceram cerca de 500% em 4 anos no Brasil. O levantamento do 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nesta terça-feira (28/6), demonstra que passou de 7.591 para 60.590 entre 2018 e 2021.
De acordo com os pesquisadores, o sistema do Pix, ferramenta que facilita repasses dinheiro para outra pessoa, pode ser um dos principais vilões desse caso. A justificativa é que os crimes digitais fazem com que a pessoa realize em seu nome transferências, compras ou empréstimos financeiros, porém, sem a sua autorização. Com isso, o crime nessa área está se tornando cada vez mais relativo.
“Os dados reforçam um fenômeno que vem sendo discutido: estamos vivenciando mudanças significativas nas dinâmicas dos crimes contra o patrimônio, em direção a sua digitalização. A queda de roubos a transeuntes (-7,5%) e o crescimento de roubos e furtos de celulares (1,8%) estão, muito possivelmente, associados a esta dinâmica; o que indica que os dados de roubos e furtos de celulares retratam melhor os crimes cometidos em vias públicas e a sensação de segurança nos ambientes urbanos, como será discutido adiante”, explica o estudo.
O diretor e presidente do FBSP, Renato Sérgio de Lima afirma que os meios eletrônicos como os celulares, transformaram a realidade da criminalidade digital. Diversas pessoas deixam os dados pessoais salvos nos aplicativos, isso só influencia mais os resultados de furtos e roubos de celulares.
“Esses crimes têm muita ligação com o sentimento de medo da população. O Brasil, além de viver um quadro de violência letal, vive uma epidemia de golpes”, disse. Os golpes mais comuns são através do pix e Whatsapp, onde criminosos se passam por um familiar pedindo dinheiro ou alguma empresa oferecendo algo em troca.
Aproximadamente 847.313 celulares foram roubados ou furtados no último ano. A pandemia trouxe uma queda desses acontecimentos em uma taxa de 22,8%, graças as medidas sanitárias de lockdown e distanciamento social. Contudo, com a retomada das atividades e avanço da vacinação, os números de crimes estelionatários voltaram a progredir.
“As taxas, contudo, ainda não se igualam aos patamares anteriores à pandemia de Covid-19. Os crescimentos mais significativos ocorreram no crime de estelionato, com taxas muito acima daquelas vistas em 2018 e 2019, e de estelionato no contexto virtual. Entre 2020 e 2021, houve, praticamente, estabilidade no roubo e furto de veículos e roubo e furto de celulares. Tivemos, ademais, queda de roubo a transeunte e queda no total de roubos”