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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Saúde

Uso de cigarros eletrônicos saborizados despertam vícios em crianças, relata pesquisador

Nos Estados Unidos, o vício infantil em nicotina já se tornou realidade.

Postado em 4 de julho de 2022 por Victória Vieira

O bioquímico norte-americano e ex -executivo de uma empresa de cigarros, Jeffrey Wigand, de 79 anos, concedeu uma entrevista ao UOL e conversou a respeito do uso de cigarros eletrônicos. O pesquisador relatou o uso desses cigarros, especialmente os saborizados, tem como objetivo de viciar milhões de pessoas e desde cedo, as crianças.

Wigand explica que nos Estados Unidos, o vício infantil em nicotina já virou realidade. Ele ainda faz um apelo as autoridades que façam algo a respeito sobre a situação e invistam em soluções baseadas em pesquisas científicas.

No Brasil, A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) afirmou que cigarros eletrônicos são acessíveis tanto para crianças quanto a adolescentes. Nos Estados Unidos, o “evali” (doença pulmonar relacionada ao uso do cigarro eletrônico) foi detectada entre diversos jovens.

Nesta quarta-feira (6/7), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) irá realizar uma sessão para debater a respeito da proibição atual do uso de cigarros eletrônicos.

“Os cigarros eletrônicos são a grande invenção para as empresas de tabaco porque eles podem começar com crianças, e graduá-los para o seu produto principal, que é o que tem combustão os cigarros tradicionais. A não ser que encontremos uma maneira de parar esse tipo de aumento para as indústrias de tabaco, continuaremos a ver vidas perdidas”, explica o pesquisador.

De acordo com Jeffrey, não há um número exato de crianças viciadas em cigarros eletrônicos, porém, a maioria está no ensino médio ou fundamental e todas têm acesso aos cigarros eletrônicos ou formas de cigarros eletrônicos, como o Juul (conhecido como ‘vape’ no Brasil).

“Cigarros entregam nicotina e cigarros eletrônicos, que entregam nicotina com sabor, como manga, menta, são muito atrativos para crianças. Nós sabemos que o Juul é altamente bem-sucedido em escolas. Quando uma criança se torna viciada tão cedo, não há apenas um vício, mas também mudanças na química do seu cérebro. E é por isso que é tão perigoso”, informou.

Para uma criança ter acesso a um cigarro eletrônico, é prático. Elas podem ter o contato de alguém maior de 18 anos, compram ou simplesmente pegam escondido (da irmã, irmão, amigos, pai, mãe e etc).

“O cigarro eletrônico é mais ou menos do tamanho do meu dedo. É facilmente Escondido na minha mão. Você não precisa de fósforos, de isqueiros, não existem cinzas. E você pode mudar o “pod” (espécie de acessório, em alguns casos, em forma de painel). O ‘pod’ de sabores de nicotina. Crianças jovens gostam do sabor do cigarro eletrônico. Menta, manga, morango”, alerta.

Além disso, o pesquisador que inspirou o filme “O Informante” de Michael Mann, expressou que as empresas são ardilosas em relação ao marketing e estratégia, pois a indústria dizem que “ajudam as pessoas a pararem de fumar”, porém não existe provas concretas que a nicotina de um cigarro eletrônico apresenta recursos parar facilitar o abandono do tabagismo.

“Eles fazem marketing para as crianças, destinam seu produto para crianças, e as crianças se tornam viciadas. Mesmo as de sete anos de idade. Como se livrar desse vício? É usar outro cigarro eletrônico? Eu não sei. É usar um produto com combustão? É onde eles irão. Mas, uma vez que o vício está aqui, elas precisam alimentá-lo”, opinou.

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