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sábado, 23 de novembro de 2024
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Julho Verde

Câncer de cabeça e pescoço é o 5º mais incidente no Brasil

70% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são descobertos já em estágio avançado devido à falta de informação sobre a doença

Postado em 5 de julho de 2022 por Alexandre Paes

Dia 27 de julho é o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço que conscientiza os brasileiros sobre o diagnóstico precoce para a eficácia no tratamento, a Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil) criou a campanha Julho Verde. O objetivo da campanha é chamar atenção para um tumor cujos sintomas, muitas vezes, passam despercebidos pelas pessoas.

A prova disso é que um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, causando uma perda significativa da qualidade de vida durante e após o tratamento, na maioria dos casos com o comprometimento da fala e outras sequelas funcionais e psicológicas.

O câncer de cabeça e pescoço é o quinto mais incidente no brasil, causando cerca de 10 mil mortes ao ano. 70% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são descobertos já em estágio avançado devido à falta de informação sobre a doença.

O Fernando começou a sentir uma rouquidão, e quando chegou ao médico, descobriu que se tratava de um tumor nas cordas vocais. Ele conta como foi o processo de tratamento. “Quando eu passei pelo médico, logo fui encaminhado para tratamento com radioterapia e quimioterapia. Após isso eu fiz uma cirurgia de retirada total das cordas vocais” contou Fernando Cascão, paciente do hospital Araújo Jorge.

Os tumores malignos de cabeça e pescoço correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os cânceres de cavidade oral e laringe são um dos tumores mais comuns dessa região, e mais de 60% deles ocorrem na glote.

“Acho que todo mundo tem que ficar atento, e em qualquer sinal de rouquidão, feridas na boca, língua ou no fundo da garganta, e até mesmo algum tipo de caroço incomum, todos devem procurar orientação médica, pois foi graças a isso que hoje estou curado e me recuperando cada vez mais”, destacou Cascão.

Incidência da doença

No Brasil, o câncer de cabeça e pescoço deve acometer anualmente de 35 mil a 40 mil brasileiros. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, é o quinto mais comum, ficando atrás do câncer de mama, tireoide, cólon e reto.

O câncer de cavidade oral é o sétimo mais comum no Brasil. Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de cigarro pode ocasionar a doença, assim como a exposição excessiva aos raios solares. O HPV também está associado ao câncer de cabeça e pescoço. O diagnóstico da doença entre jovens (menores que 45 anos) tem se tornado frequente, decorrentes de tumores originados pelo HPV.

Em 2020, o câncer de tireoide acometeu aproximadamente 12 mil mulheres (novos casos). Entre os homens, foram 11 mil novos casos; e em laringe, aproximadamente 6,5 mil novos casos.

Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço

Cerca de 60% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados tardiamente, aumentando as possibilidades de sequelas no paciente e diminuindo as chances de cura.

Grande número de pessoas deixou de realizar exames regulares desde o início da pandemia de Coronavírus, o que contribuiu para dificultar o diagnóstico em estágio inicial. A ideia da campanha este ano é reforçar a divulgação para aumentar a chance de sobrevida e de reabilitação a partir do diagnóstico precoce.

Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais. Mexem, portanto, com a estética facial, a deglutição, a alimentação e a voz do paciente.

Como evitar

  • Não fumar;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes;
  • Manter boa higiene bucal;
  • Usar protetor solar e evitar exposição ao sol prolongada;
  • Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral;
  • Manter o peso corporal adequado;
  • Recomendar a vacinação do HPV para os meninos de 11 a 14 anos e para meninas de 9 a 14 anos.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço; site da PROGEP/UFPB; site da UNICAMP.

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