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sábado, 23 de novembro de 2024
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Investigação

Exército admite que liberou compra de fuzil para integrante do PCC

Em nota, força afirma que usou autodeclaração de idoneidade, mas não citou checagem.

Postado em 22 de julho de 2022 por admin

O Exército admitiu ter liberado a compra de fuzil para um membro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O criminoso conseguiu realizar a compra do armamento por meio do registro de caçador, atirador e colecionador (CAC), emitido pelo Exército.

Em nota, a força afirma que usou autodeclaração de idoneidade e a certidão criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para a análise e que a responsabilidade da documentação é do “interessado” em adquirir o registro.

A informação de que o membro da facção teve acesso a compra de fuzis foi revelada pelo Jornal a Folha de S.Paulo. Na reportagem, o veículo apontou que o criminoso conseguiu o certificado mesmo tendo uma ficha criminal com 16 processos, incluindo crimes como homicídio qualificado e tráfico de drogas.

“Toda a documentação requerida para a entrada do processo foi verificada. Assim, seguindo o princípio da legalidade, as informações prestadas acerca da idoneidade e da documentação referente aos antecedentes criminais são de responsabilidade do interessado”, disse o Exército, em nota.

“No caso em questão, o cidadão apresentou a certidão criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais em conjunto com a autodeclaração de idoneidade, não havendo informações impeditivas para o prosseguimento do trâmite processual naquela oportunidade”, acrescentou.

O Exército disse, também, que sendo confirmada a ocorrência de irregularidade, as providências cabíveis serão tomadas por meio de processos administrativo e penal militar.

O registro foi obtido pelo integrante do PCC em junho de 2021, já na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo federal vem flexibilizando o acesso a armamento e munições no país. Algumas das normas assinadas visam beneficiar especialmente os CACs.

A investigação aponta que o Exército não exigiu certidão negativa da Justiça de primeira instância, na qual o homem acumula 16 processos. Caso ele tivesse expedido o documento referente à primeira instância, sua ficha criminal seria exposta.

Após receber o registro de atirador, o homem comprou duas carabinas, um fuzil, duas pistolas, uma espingarda e um revólver.

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