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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Imunização

Vacinas contra Varíola dos Macacos devem chegar ao Brasil em setembro, diz Ministério da Saúde

Cerca de 20 mil doses desembarcarão no mês de setembro e mais 30 mil doses em outubro deste ano.

Postado em 30 de julho de 2022 por Victória Vieira

Após atingir 1.066 casos de Varíola dos Macacos (Monkeypox), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira, e o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros informou que as primeiras doses da vacina contra a doença devem chegar em breve no Brasil. O esquema de vacinação será feito em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas. Cerca de 20 mil doses desembarcarão no mês de setembro e mais 30 mil doses em outubro deste ano.

Entretanto, o órgão destaca que inicialmente, a imunização será destinada a profissionais da saúde e aqueles que tiveram contato com infectados. A justificativa está relacionada ao fato da Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não ter recomendado uma vacinação em massa como a da Covid-19, pois são doenças e riscos diferentes.

“A OMS não preconiza uma vacinação em massa, então a gente não está falando de uma campanha de vacinação como falávamos para a covid-19. São vírus absolutamente distintos, é uma clínica absolutamente distinta, um contágio absolutamente diferente, uma letalidade diferente. São doenças absolutamente distintas”, explicou Medeiros.

A aquisição dos imunizantes virá através do convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O instituto dinamarquês responsável pela a produção das doses não possuem escritório no Brasil. “Existe um pedido da Opas para a aquisição de 100 mil doses de vacinas para as Américas. Dessas 100 mil doses, 50 mil serão adquiridas pelo Ministério da Saúde”, disse o secretário.

Além disso, caso o Instituto Butantan ou o Laboratório de Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, produzirem imunizantes não-replicáveis contra a doença, o Ministério estará disposto a realizar a compra das doses.

Saiba como se proteger

De acordo com a professora Raquel Stucchi, da Unicamp e a pesquisadora Camila Malta Romano, do Laboratório de Virologia do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), as medidas preventivas se igualam com as da Covid-19, diferenciando somente por um cuidado: contato com a pele exposta.

“A forma de contágio mais comum é o toque em pessoas infectadas. Se você vai fazer uma viagem prolongada e tiver contato com alguém com o vírus, será arriscado demais. Se eu tiver uma lesão e encostar em outro indivíduo, será um risco muito grande. É necessário reforçar que mais da metade das pessoas com o diagnóstico não tiveram febre ou dor”, alerta Stucchi.

Os sintomas podem parecer disfarçados, afinal, as feridas podem aparecer como pelo encravado, espinha ou até uma picada de um mosquito, levando o indivíduo a acreditar que não é nada demais. “Se tiver o risco de contato pele com pele, pelo menos tente se proteger com manga comprida, uma canga ou calça”, diz.

A preocupação também está nas vias aéreas, a varíola pode ser propagada pelo ar? Segundo Camila, não foram detectadas formas de contágio via aérea, mas pouco se sabe sabe sobre a doença. O risco é menos provável e as possibilidades são poucas, mas o uso de máscara é indispensável, pois protegem contra as gotículas de uma pessoa infectada. A intensificação da higienização de objetos e mãos são os principais fatores para evitar a contaminação.

“Quando tem uma quantidade grande de fluido que rompe e molha o estofado faz uma questão de remover de uma maneira mais profunda e não só passar um paninho. As superfícies não porosas podem ser limpas como desinfetantes de amônia ou sódio”, ensina a pesquisadora.

Por isso, ao entrar em transportes públicos como uber, ônibus ou metrô deve-se estar atento onde sentar e priorizar roupas que não expõem a pele.

“Há ambientes em que a contaminação é mais descontrolada, seja Uber, táxi ou ônibus. Então, sempre tente não deixar áreas do corpo expostas. Não se sente com bermuda. Ainda não há um estudo sobre o quanto o tecido protege, não temos essa informação. Porém, quanto menos contato com a secreção com uma ferida, melhor”, aconselha.

Com informações da Agência Brasil e Uol.

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