Mais de 60% das empresas ainda estão fazendo experimentos com IA
Um estudo da Accenture concluiu que mais de 60% das empresas ainda utilizam IA de uma forma experimental
A maioria das organizações que usam Inteligência Artificial (IA) ainda está em fase de experimentação com a tecnologia e apenas 12% a utilizam com um grau de maturidade capaz de gerar uma forte vantagem competitiva. É o que mostra o novo estudo global da Accenture chamado The Art of AI Maturity: Advancing from Practice to Performance.
O relatório mostra as estratégias para o sucesso da IA por meio de uma abordagem holística, que inclui um novo índice que mede a maturidade em IA de uma empresa em uma escala de 0 a 100.
De acordo com o levantamento, a maturidade da IA equivale ao momento em que as organizações superam seus pares, usando uma combinação de capacidades básicas e diferenciadas relacionadas à IA. Essas capacidades incluem outras tecnologias – dados, IA, Nuvem etc. -, estratégia organizacional, IA responsável, patrocínio do C-suite, talentos e cultura.
O estudo indica que a média da maturidade da IA das organizações está em 36 pontos, mostrando que a maioria das empresas tem diante de si oportunidades significativas para gerar ainda mais valor por meio da IA. O levantamento destaca que um grupo pequeno, formado por 12% das empresas analisadas, já usa a IA para superar seus concorrentes.
Chamado de AI Achievers, esse grupo alcançou 64 pontos na escala de maturidade, quase o dobro das demais empresas analisadas e com crescimento de receita 50% maior em relação aos seus pares.
Além disso o estudo mostra que a maioria das empresas (63%) se encaixa no perfil dos chamados AI Experimenters, com média de 29 pontos. Essas organizações ainda estão muito aquém do potencial oferecido pela tecnologia. Já os AI Innovators (13%) alcançam a marca dos 50 pontos, enquanto os chamados AI Builders (12%) chegam aos 44 pontos, indicando um nível de maturidade um pouco mais avançado, mas com o valor total da IA ainda por explorar.
“Acreditamos que todas as partes de todas as empresas precisam ser transformadas pela tecnologia, dados e IA. Em alguns casos, isso pode levar à reinvenção total dessas companhias”, explica Sanjeev Vohra, líder global de Applied Intelligence na Accenture.
“Os AI Achievers estão mostrando aos seus pares o que é possível fazer quando se libera todo o potencial dos talentos e da tecnologia, trabalhando lado a lado e apoiados por uma visão e compromisso claros com a mudança. Mas até esse grupo mais maduro ainda tem muito espaço para crescer. E, embora a maioria dos setores conte com uma parcela de AI Achievers, os níveis de maturidade da IA e saltos potenciais variam consideravelmente”, comentou.
Empresas no ramo automobilístico podem avançar ainda mais com a IA
Fazendo uma previsão para 2024, o estudo diz que as empresas de tecnologia, por já terem uma pontuação de maturidade elevada, de 54 pontos, vão crescer para 60 dentro de dois anos, “embora estejam já posicionadas no auge da maturidade de IA em todos os setores”.
Os fabricantes de automóveis e fornecedores vão aumentar da atual pontuação moderada de 39 para 57 até 2024. A aposta nos veículos autónomos movidos através da IA serão o catalisador de crescimento.
Um exemplo pode ser a Apple, que sempre trabalhou voltada a tecnologia mais avançada e pensa em agora lançar um veículo autônomo e tecnológico. O apelidado Apple Car — também chamado de Projeto Titan — tem encontrado desafios ao longo do caminho, com incidentes polêmicos durante os testes práticos. Isso ocasiona adiamentos em seu lançamento, que promete balançar o mercado de automóveis.
“De acordo com informações de bastidores, a Apple tem mantido conversas com fabricantes já conhecidas no ramo de carros, mesmo sem nenhum acordo de parceria publicamente divulgado, mas é certo o desenvolvimento de um veículo repleto de IA”, explicou Vohra.
Os carros autônomos são a promessa para próxima geração da indústria automobilística. A Tesla é uma das responsáveis por liderar o entusiasmo do mercado, com o lançamento de alguns modelos altamente luxuosos e com funções que existiam somente nos sonhos dos fãs — como, por exemplo, entrar e sair de rodovias, mudar de faixas, atravessar cruzamentos e fazer sugestões de rotas melhores de forma completamente independente do seu condutor.