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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Cuidados

Casos de vitiligo crescem e doença é uma das 25 mais frequentes

O não acompanhamento pode levar ao aumento do tamanho das manchas

Postado em 4 de agosto de 2022 por Sabrina Vilela

O Vitiligo é uma doença de pele caracterizada pela perda de coloração local e pela perda ou diminuição das células que são responsáveis pela formação da melanina – pigmento que dá cor à pele – , segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A dermatologista, Gislaine Sales destaca que nos últimos anos os casos de vitiligo aumentaram. Conforme apontado pelo Censo Nacional da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a doença aparece entre as 25 doenças dermatológicas mais frequentes em todas as macrorregiões do país. 

A Fundação de Pesquisa em Vitiligo (Vitiligo Research Foundation) destaca ainda que o vitiligo afeta entre 0,5% a 2% da população mundial, cerca de 65 a 95 milhões de pessoas em todo o mundo. Sales explica que a causa da doença ainda não é bem esclarecida, mas acredita-se que tenha relação com fenômenos autoimunes, fatores emocionais e genéticos. 

A doença não tem cura, mas existem vários tratamentos disponíveis. “ O tratamento é de acordo com o quadro clínico apresentado pelo paciente com o intuito principal de controlar o aumento ou quantidade de lesões”. A médica explica que geralmente é realizada uma repigmentacao das lesões e são realizados exames para detectar outras doenças autoimunes que podem aparecer acompanhando o quadro de vitiligo.

Apesar de extremamente frequente, o vitiligo ainda é carente de estudos, mas já houve importantes progressos em seu tratamento. Conforme afirma Sales, houve melhora substancial dos resultados com o uso de drogas dirigidas diretamente nas alterações do sistema imune, como ocorre com os biológicos. 

Ela acredita que falar do assunto é essencial para que haja uma maior conscientização sobre a doença aumentando a taxa de sucesso terapêutico e reduzindo o preconceito – que é uma queixa frequente à doutora de seus pacientes. Em Goiás existem alguns estudos com base em plantas do Cerrado no intuito de acelerar a resposta terapêutica dos pacientes. 

A dermatologista traz um alerta sobre o que deve ser feito pelas pessoas que têm vitiligo. Ela orienta que deve-se ter muito cuidado com o tratamento, pois isso pode acarretar no aparecimento de reações adversas graves. “O não acompanhamento pode levar ao aumento do tamanho. É importante o tratamento correto e bastante cuidado com receitas milagrosas não médicas, que podem levar ao aparecimento de dermatite de contato, alergias entre outras”, finaliza.

Preconceito

Empresário, Danilo da Silva teve a doença por muitos anos, mas com a ajuda de tratamentos adequados, as manchas dele são quase imperceptíveis. Mas, ter a doença não foi nada fácil para ele. “Uma vez uma mulher me tirou da piscina, porque estava com medo de pegar”, relembra antes de fazer tratamento com viticromim [medicação para tratamento de vitiligo].

Ele orienta que todos que têm a doença procure um profissional adequado porque como é uma doença que não tem cura , sem o tratamento pode piorar a situação. “Depois que minhas lesões foram controladas não tive mais problemas relacionados a esse diagnóstico”.

Segundo a dermatologista Gislaine Sales, é importante fazer o acompanhamento com um especialista correto logo após identificar algum sinal. “Os sintomas vão ser a presença de manchas com redução de pigmentação ou mesmo ausência, com um branco bem marcado em alguns locais da pele. E até  pelos podendo deixar fios em couro cabeludo, sobrancelhas ou cílios também com coloração branca”. 

Por ser uma doença que tem a genética como um dos seus fatores, a especialista acrescenta que não tem como evitar o aparecimento de sintomas quando se tem casos na família. “O que deve ser feito é observar e, se houver aparecimento de lesões suspeitas, procurar um médico dermatologista para que haja o início do tratamento e as orientações necessárias”. 

Pesquisas

A Universidade Federal de Goiás (UFG) por meio do Programa de Ciências Farmacêuticas da UFG (PPGCF), coordenado pelo farmacêutico Edemilson Cardoso da Conceição, tem como objetivo a extração da casca da mama-cadela. Essa planta do Cerrado, furanocumarina, que é usada para a fabricação do medicamento para vitiligo. O estudo começou a ser desenvolvido há dez anos. 

 A capacidade de redução de manchas a partir do medicamento da planta é de até 90% , na pele de quem possui a doença. O estudo, está na fase inicial de testagem em pacientes voluntários e aguarda a realização dos testes clínicos e dos procedimentos legais na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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