‘Gripe do tomate’: o que se sabe sobre o vírus que já infectou mais de 100 crianças na Índia
Os pesquisadores responsáveis pelo artigo informam que a gripe pode não se tratar de um novo vírus, mas sim de efeitos posteriores da chikungunya ou da dengue em crianças
Um nova infecção viral batizada de ‘Gripe do tomate’ foi identificada nesse mês de agosto na Índia, com diagnóstico confirmado em pelo menos 100 crianças, a maioria menores de 5 anos. A doença surgiu no estado de Kerala e, apesar de não ter alta mortalidade, já se apresenta como bastante contagiosa.
As informações preliminares do vírus foram publicadas em um artigo publicado na revista científica “The Lancet”, no dia 17 desse mês. Conforme o artigo, os sintomas da doença são semelhantes aos da Covid-19, com relatos de febre, fadiga, dores no corpo e erupções na pele. Contudo, a “gripe do tomate” não está relacionada ao Sars-CoV-2.
Os pesquisadores responsáveis pelo artigo informam que a gripe pode não se tratar de um novo vírus, mas sim de efeitos posteriores da chikungunya ou da dengue em crianças. Ainda há a possibilidade do vírus ser uma nova variante da mão-pé-boca, uma doença infecciosa comum que atinge principalmente crianças com idades entre 1 e 5 anos e adultos imunocomprometidos.
Até o momento, a doença tem sido considerada autolimitada, ou seja, se resolve sozinha sem a necessidade de medicamentos. Além disso, ainda não existe medicação específica para combater o possível vírus.
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O que a gripe do tomate causa?
Identificada pela primeira vez em 6 de maio de 2022, a doença ganhou o nome devido à erupção de bolhas vermelhas e dolorosas por todo o corpo que gradualmente aumentam para o tamanho de um pequeno tomate.
Tal como acontece com outras infecções virais, os sintomas incluem fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, febre, desidratação, inchaço das articulações, dores no corpo e sintomas comuns semelhantes aos da gripe, que são semelhantes aos manifestados na dengue.
O artigo recomenda isolamento de 5 a 7 dias a partir do início dos sintomas para evitar a disseminação do vírus. A melhor solução para a prevenção é a higiene de mãos e do ambiente, bem como evitar que a criança infectada compartilhe brinquedos, roupas, alimentos ou outros itens com outras crianças não infectadas.
Subhash Chandra, médico de um hospital local, disse à imprensa da Índia que esta “não é uma doença fatal, mas é contagiosa e pode propagar-se entre as pessoas, embora as formas reais de propagação da infeção ainda estejam a ser estudadas”.
