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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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'Bons sonhos'

Como são os sonhos dos cães? Ciência diz que pets conseguem ressignificar momentos do dia

Segundo especialistas, o sono dos cães passa por diversas fases – e todas elas são importantes para a regulação emocional e o aprendizado

Postado em 26 de agosto de 2022 por Ícaro Gonçalves

É comum vermos cães roncar ou se mexer enquanto dormem. Assim como os seres humanos, eles são capazes de sonhar com elementos do cotidiano, como momentos em que estão correndo, pulando ou brincando. Estudos já apontam que cachorros de menor porte tendem a sonhar mais do que cachorros grandes, assim como cães mais velhos sonham mais do que cães de meia idade.

Para Camilli Chamone, geneticista e consultora em bem-estar e comportamento canino, o sonho é uma etapa importante do sono e existe para ressignificar uma determinada experiência vivida pelo pet. “Os estudos mostram que, no sonho, uma situação estressante na qual o cachorro tenha passado é vivida em outro cenário, para que ela se torne menos traumática”, relata.

Segundo a geneticista, o sono dos cães passa por diversas fases – e todas elas são importantes para a regulação emocional e o aprendizado. Justamente por isso, ela aconselha a nunca acordar o cachorro quando estiver dormindo.

“Também é importante que ele tenha seu próprio cantinho individual para dormir. Assim, não fica com a qualidade do sono comprometida e preserva sua saúde mental”, relata.

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Fases do sono

Ao contrário de nós, humanos, que possuímos o sono monofásico (ou seja, só temos a necessidade de dormir por um período – geralmente o noturno –, para depois nos mantermos acordados), os cães possuem sono polifásico, isto é, precisam dividir o sono ao longo do dia, além de dormirem quase o dobro dos humanos – em geral, cerca de 14 horas por dia.

Em todos os mamíferos, incluindo cães e humanos, o sono passa por duas etapas: a não REM (Rapid Eyes Moviment, traduzido por Movimento Rápido dos Olhos) e a do sono REM.

Inicialmente, o animal começa com o sono não REM, composto por quatro fases principais. “A primeira é aquela em que ele ainda está meio acordado, meio dormindo; na segunda, o sono está um pouco mais profundo. Na terceira fase, seu nível de consciência diminui muito. Já a quarta fase é conhecida como sono profundo – é como se o cérebro estivesse desligado, mesmo, e é nessa hora que ocorre o descanso e o profundo relaxamento do corpo”, registra Chamone.

Após esta quarta fase do sono não REM, o cão entra no sono REM – e esta é, enfim, a fase dos sonhos. “Ela acontece, necessariamente, só após a quarta fase do não REM, que é o sono profundo. Como sugere o próprio nome, ‘Movimento Rápido dos Olhos’, na etapa REM o cérebro do cão fica super ligado. Isso significa que, surpreendentemente, sua atividade cerebral é igual ou maior do que a do indivíduo acordado”, afirma a geneticista.

É nesta fase, de intensa atividade neural, que o cão ressignifica memórias que foram traumáticas, sendo, portanto, algo muito benéfico para a sua saúde.

“Mesmo que o animal esteja dormindo, alguns donos, ao perceberem barulhos ou movimentos, acham que ele está sofrendo e acabam por acordá-lo. Isso é bastante prejudicial, pois interrompe essas fases cíclicas e compromete a qualidade do sono. Isso consequentemente prejudica toda a regulação emocional e o aprendizado do cão, além da consolidação de memórias no cérebro”, pondera Chamone.

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