Candidato ao Senado, o deputado federal delegado Waldir (União Brasil) não está satisfeito com o movimento chamado de ROMA. Tratam-se de articulações de lideranças para apoio a dois políticos que não fazem parte da mesma aliança: Ronaldo Caiado (União Brasil) e Marconi Perillo (PSDB). 

Ou seja, o ROMA é o apoio à reeleição de Ronaldo Caiado ao governo e a eleição do ex-governador Marconi Perillo ao Senado. “Não vamos nos misturar com quem andou no camburão da Federal. A chance é zero”, afirma Waldir. 

Ainda segundo ele, o movimento não tem chance de vingar, pois ele, Caiado e Daniel Vilela (MDB) são candidatos ficha-limpa. “A rejeição, o desgaste e a cadeia que o ex-governador recebeu não vão colar na nossa imagem”, insistiu o parlamentar. Ele afirma, ainda, que o movimento não faz parte da base governista e não tem endosso de Ronaldo Caiado. 

Apesar disso, diversas lideranças tucanas já declararam apoio a Caiado. E, mais recentemente, em Palmeiras de Goiás, o ex-secretário da Saúde do atual governo e candidato à Câmara Federal Ismael Alexandrino (PSD) hipotecou voto a Marconi na cidade. Segundo ele, nos outros 245 municípios se mantém com Vilmar Rocha (PSD), outro nome da base caiadista que disputa a Casa Alta do Congresso. 

Inclusive, Vilmar Rocha também mostrou incômodo com o movimento ROMA a um veículo local. Segundo ele, “é o tipo de malandragem política que o eleitor não aceita”. Ainda conforme declarado pelo pessedista, essa aliança [da base de Caiado] não pode permitir essa falta de clareza. Para o presidente estadual do PSD, o grupo do governador deve deixar sua posição clara. 

“Não acredito que isso existe”, se refere a um possível pacto entre Caiado e Marconi. “Mas esta versão pode estar induzindo muita gente da base a achar que é verdade e não ter clareza. A versão está aí e muita gente se aproveita dela.” Ainda de acordo com ele, não se pode deixar que essa especulação prospere. 

Aliança velada

Oficialmente não há confirmação – sobretudo do lado de Caiado. Contudo, dias depois que Marconi desistiu de disputar o governo de Goiás e assumiu em convenção a corrida pelo Senado, o candidato ao Palácio das Esmeraldas Gustavo Mendanha (Patriota) falou em “pacto velado” entre o tucano e o atual governador. 

“Mantenho o respeito ao atual e ao ex-governador, entendo as semelhanças que levaram a uma aliança velada entre eles, mas não vou gastar o tempo dos goianos respondendo a ataques pessoais. Minha arena é das propostas. Estou nesse processo para debater o futuro de Goiás”, disse o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia em 11 de agosto.

Velada?

Conforme divulgado pela Coluna O Giro, prefeitos, ex-prefeitos e vereadores do interior de Goiás atuam para formalizar o movimento ROMA com um comitê. Entre os principais articuladores está o prefeito de Minaçu Carlos Leréia (PSDB), tucano histórico e amigo de Marconi. 

Ele, que após a desistência de Perillo anunciou apoio a Caiado, garante que o movimento vai crescer. “Não tenho dúvidas. A continuidade do governo Caiado é importante para o estado e, dos candidatos ao senado, Marconi é o melhor disparado”, declarou ao veículo de comunicação. 

Pesquisa

Levantamento Goiás Pesquisas/Mais Goiás mostram que o governador Ronaldo Caiado mantém a liderança nas intenções de voto no primeiro turno. O mandatário lidera com 38,61%, enquanto Mendanha aparece com 22,53%. 

Em seguida, vem o candidato de Jair Bolsonaro (PL), Major Vitor Hugo (PL) com 16,44%. Depois vem Wolmir Amado, com 6,46%. Os outros candidatos pontuaram da seguinte forma: Edigar Diniz (Novo), 1,83%; Cíntia Dias (PSOL), 1,58%; professora Helga (PCB), 1,58%; professor Reinaldo Pantaleão (UP), 0,61%; e Vinícius Paixão (PCO), 0,37%. Brancos e nulos somaram 3,78%. Outros 6,21% disseram não saber.

Em relação ao Senado, Marconi Perillo e delegado Waldir estão empatados, respectivamente, com 16,93% e 16,81%. Depois vem Wilder Morais (PL) com 14,37% e Alexandre Baldy (PP) com 12,91%.

Completam a lista: João Campos (Republicanos), com 6,21%; Leonardo Rizzo (Novo), com 5,72%; Denise Carvalho (PCdoB), 3,78%; Vilmar Rocha (PSD), com 2,68%; Antônio Paixão (PCO), com 1,22%; e Manu Jacob (PSOL), com 0,97%. Brancos e nulos foram 7,92% e 10,48% não souberam responder.

A pesquisa ouviu 821 eleitores entre 22 a 24 de agosto de 2022 e tem margem de erro de 3,42 pontos percentuais para mais ou menos. O intervalo de confiança é de 95%. Os registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são: BR-07387/2022 e GO-05238/2022.