Para quem tem interesse em conhecer mais a fundo a congada, tradição religiosa, étnica e cultural presente há mais de 50 anos nas tradicionais festividades da cidade de Goiás , um documentário que demonstra seu processo histórico será lançado nesta sexta-feira (2), às 19h30, nos canais do youtube ‘Congo Vilaboense da Cidade de Goiás’ e ‘Cereja do Cerrado Produções’. 

Intitulado Congadeiros de Emoções, Força e Fé, o média-metragem tem direção, montagem e roteiro de Rainy Ághata. Em pouco mais de 60 minutos de duração, a produção audiovisual aborda aspectos como o motivo do início das apresentações, os primeiros componentes, o contexto das músicas e da fabricação de alguns instrumentos e, ainda, os cargos e a simbologia de cada membro. 

O público também terá a chance de entender o que representa economicamente os eventos da congada, o que significa para a população vilaboense ter esta manifestação no seu calendário e como são repassados os ensinamentos para as novas gerações.

Isso com o objetivo de alertar para a importância de manter a cultura viva e contínua, por meio da oralidade característica comum à cultura popular. A produção envolve veteranos e integrantes da Congada da cidade de Goiás, mas também traz um olhar para os novatos e para as mulheres. “Tive o cuidado de demonstrar a relevância e o protagonismo das mulheres que participam da vida dos congadeiros, mesmo que elas fiquem nos bastidores. A relação delas com eles, com as crianças e como elas entendem e se reconhecem no contexto cultural da congada”, destaca Rainy.

O documentário ainda conta com a participação da doutora em Performances Culturais, Eliene Nunes, e da mestra em História, Jade Damásio, que demonstram, de forma científica, como o grupo do Congo Vilaboense enriquece a cultura do estado de Goiás. O projeto foi contemplado pelo Edital de Seleção de Projetos da Cultura Popular, Concurso nº 10/2021, da Secult Goiás – Secretaria de Cultura – Governo Federal.

Congo vilaboense

A congada é uma tradição que integra as festividades religiosas e não religiosas que ocorrem anualmente na cidade de Goiás, como uma fonte de fé e esperança e também uma representação da resistência dos povos afro-brasileiros.

Consiste em apresentações coreografadas, em meio a músicas com toques de percussão e sons de instrumentos rústicos feitos com cabaça, tambores, violão e viola, além de uma encenação que retrata a disputa entre mouros e cristãos, que são diferenciados pelas cores vermelho e azul, respectivamente, e que se encerra com a paz entre os dois grupos.

Seu palco principal é a Igreja do Nossa Senhora do Rosário, que foi construída em 1761, por escravos, com o intuito de abrigar a irmandade em devoção à Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o que reforça também a proposta de resistência e manutenção da cultura religiosa da cidade de Goiás.