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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Negócios

Finanças são motivo de estresse em mais da metade das famílias brasileiras

Para a educadora financeira Louize Oliveira, manter a calma e revisar os gastos é importante para fugir do estresse

Postado em 5 de setembro de 2022 por admin

As finanças causam estresse e refletem na vida familiar de 58,4% dos brasileiros, segundo o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro. O indicador faz parte de uma iniciativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Banco Central para fornecer à população ferramentas de educação financeira.

O índice foi construído para avaliar a capacidade de cada pessoa em cumprir as obrigações financeiras; tomar boas decisões do ponto de vista das finanças pessoais; ter disciplina e autocontrole; sentir segurança em relação ao futuro; ter a liberdade de fazer escolhas que permitam aproveitar a vida.

O questionário do indicador foi aplicado por meio de 5 mil entrevistas em uma amostra representativa das regiões do país, faixas de renda, idade e sexo. O questionário também fica disponível na página dedicada ao tema onde os usuários podem avaliar de forma individual a própria saúde financeira.

A pesquisa nacional mostrou ainda que apenas 21,9% dos brasileiros se sentem preparados para lidar com uma grande despesa inesperada.

Pontuação

Em uma pontuação que vai de zero a 100, a média nacional ficou em 57 pontos, o que significa uma situação de razoável equilíbrio, mas com pouco espaço para erros e imprevistos. Quase a metade da população (48,3%), no entanto, está abaixo desse patamar, em faixas consideradas de baixa saúde financeira.

Desigualdades

Foto: Reprodução

A Região Sudeste teve o maior percentual (14,1%) de pessoas na faixa mais baixa de saúde financeira – de zero a 36 pontos. Em seguida vem a Região Nordeste, com 11% da população nessa situação.

A Região Sul tem 13,1% das pessoas no patamar de melhor saúde financeira, marcando acima de 83 pontos. Na média nacional esse índice é de 8,1%.

Os homens têm uma situação financeira melhor do que as mulheres. Entre os entrevistados do sexo masculino, 10,1% estão na faixa com situação financeira ótima e 8,3% na pontuação mais preocupante. Entre as entrevistadas, 15,1% estão na pior faixa e 5,9% na situação ótima.

Sobre o futuro, apenas 35% da população têm segurança sobre as finanças. Mais da metade (53,5%) disseram que os compromissos reduziram o padrão de vida.

Como fazer um planejamento financeiro

Segundo a educadora financeira do Sicoob, Louize Olveira, é importante manter a calma e não fazer metas mirabolantes. “Não vai adiantar dobrar o valor que você queria guardar por mês ou cortar gastos mensais sem planejamento. Se você fizer isso, é provável que você fique ainda mais frustrado”, diz. 

O ideal é refazer as contas, sempre com metas factíveis e alcançáveis, mesmo que comece com poucos passos. “É possível, por exemplo, definir um valor mensal para ser guardado e, a cada período, aumentar um pouco este número”.

Para a educadora, este é o momento crucial para se retomar o controle da vida financeira. “No início do segundo semestre, é comum que as pessoas revisem as suas metas de ano novo. É nesse momento que muita gente percebe que não seguiu o planejamento financeiro e algumas metas ficaram comprometidas. Mas, calma! Não é a hora de jogar tudo para o alto. Ainda dá tempo de virar esse jogo”, explica.

Além da calma, para Louize não tem jeito: é importante ter papel, caneta e calculadora (ou um notebook) em mãos e calcular. Começando pelo que se quer fazer, seja quitar uma dívida, construir a sua reserva de emergência ou fazer um investimento. Faça as contas, veja quanto é necessário para chegar ao objetivo, registre sua renda e seus gastos mensais, veja quanto seria necessário guardar por mês para conseguir alcançar a sua meta.

Além disso, não se deve esquecer dos compromissos já feitos “Não se deve esquecer que em breve vão bater à sua porta o IPVA, IPTU, renovação de seguros, renovação de matrícula e lista de material escolar. Portanto, se for possível, já comece a guardar uma “grana” para quitar de vez os fantasmas do começo do ano”, explica. Por fim, Louize diz que é importante olhar para o extrato do mês anterior vendo o quanto gastou com itens desnecessários ou “bobagens”, seja uma refeição que você poderia fazer por si próprio, um celular que não seria necessário ser trocado ou até a lâmpada acesa durante o dia todo que pesou na conta de luz. “Dessa forma fica mais fácil cortar gastos e começar a poupar. Ainda dá tempo de iniciar este ano”, finaliza.

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