871 pacientes estão em tratamento contra esclerose múltipla em Goiás
Geralmente, a enfermidade atinge pessoas entre 20 e 40 anos de idade, com uma incidência maior entre as mulheres
A esclerose múltipla é uma doença neurológica que, embora seja rara, atinge cerca de 35 mil pessoas no Brasil – a maioria mulheres – , 2,5 milhões em todo o mundo. Apesar da alta recorrência, ela é desconhecida por cerca de 80% da população conforme pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Já o Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa afirma que 871 pacientes estão em tratamento da doença no Estado.
Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), a enfermidade é conhecida como uma “doença neurológica, crônica e autoimune”. Ou seja, quando “as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares”.
Geralmente atinge pessoas entre 20 e 40 anos de idade, com uma incidência maior entre as mulheres. Pode causar danos ao cérebro e problemas de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. Eventualmente, a doença pode causar danos permanentes ou deterioração dos nervos. Não há cura para a esclerose múltipla. No entanto, os tratamentos podem ajudar a acelerar a recuperação de ataques, modificar o curso da doença e controlar os sintomas.
Neurologista, Iron Dangoni Filho explica que a doença não tem uma causa única por ser um problema apontado como multifatorial, ou seja, envolve questão genética, autoimune, alimentar, ambiental, sexo mais favorável e localização. Segundo o especialista, os sintomas mais comuns são fraqueza ou dormência no braço, perna ou rosto. Outros sintomas bem comuns também são a dor ocular e dificuldade para enxergar e alteração na urina. Assim que sentir esses sintomas ir em busca de um neurologista. Quanto mais cedo iniciar o tratamento fica mais fácil de recuperar os surtos e recuperar a função e muitas vezes até normalizar, conforme destacado pelo neurologista.
Dangoni esclarece que o tratamento é dividido em fase de manutenção e para crises. No caso das crises, são tratados surtos de inflamação no qual faz uso do antiinflamatório. No caso da manutenção que visa evitar a inflamação é baseado em medicações de uso contínuo que são usadas diariamente, algumas vezes no mês e até uma vez por ano. Antes acreditava-se ser uma doença que deixava sequelas, mas desde 2012 com tratamentos ela parou de ser uma doença que causa tanta debilidade. “É uma doença que vive com preconceito ainda hoje em volta dela, por falta de desconhecimento. Às vezes a pessoa leva de 1 a 2 anos para descobrir o diagnóstico . É um dia para falar sobre a doença, mesmo que seja uma pessoa que não tenha o diagnóstico ela possa orientar um conhecido ou familiar a procurar um tratamento mais fácil”, destaca Iron Dangoni Filho.