Índice de preço ao consumidor cai 0,36% pontos em agosto
A alta acumulada pela inflação é de 4,39%, em 2022, e 8,73% em 12 meses
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na sexta-feira (09/09), que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,36% em agosto, após recuo de 0,68% em julho. Neste último, foi registrada ainda a menor taxa desde o início da pesquisa, em janeiro de 1980. Dessa forma, a alta acumulada pela inflação é de 4,39% no ano e 8,73% em 12 meses.
Segundo Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, a desaceleração da deflação foi influenciada pela tarifa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido 5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Kislanov ainda cita a aceleração de alguns grupos como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos significativa do grupo de transportes em agosto.
Assim como pontuou o gerente da pesquisa, o segmento da saúde e cuidados pessoais teve alta de 1,31%, com as elevações de 2,71% no item higiene pessoal e 1,13% no plano de saúde.
Kislanov ressalta também que, em julho, o preço da gasolina caiu 15,48% e, em agosto, a retração foi de 11,64%. Então, o grupo dos transportes registrou -3,37% diante da queda de 10,82% nos valores. O gás veicular, por sua vez, caiu 2,12%, o óleo diesel 3,76% e o etanol 8,67%.
O IBGE observou que, após quatro meses de alta consecutivos, as passagens aéreas caíram 12,07% em agosto, queda ocasionada pela sazonalidade das férias de julho que geram aumento da demanda, assim como altas anteriores que elevaram a base de comparação, havendo ainda a redução do querosene de aviação do período.
Já em relação ao grupo comunicação a queda foi de 1,10%, com redução de 6,71% nos planos de telefonia fixa e 2,67% em telefonia móvel.
O grupo de habitação sofreu aumento de 0,10% em agosto, mas a maior variação no mês foi do segmento de vestuário, com 1,69%, sendo as principais influências roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e calçados e acessórios (1,77%).
Alimentação sobe mais
No que se refere ao segmento de alimentação e bebidas, a alta foi de 0,24%, após o aumento de 1,30% ainda em julho. Os aumentos de valores foram observados principalmente em frango em pedaços (2,87%), queijo (2,58%) e frutas (1,35%), já as quedas foram vistas em tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%).
Para Kislanov, foi destaque a queda de 1,78% no leite longa vida, com a proximidade do fim da entressafra. “Nos últimos meses, os preços do leite subiram muito. Como estamos chegando ao fim do período de entressafra, que deve seguir até setembro ou outubro, isso pode melhorar a situação. Mas, no mês anterior, a alta do leite foi de 25,46%, ou seja, os preços caíram em agosto, mas ainda seguem altos”, afirma.
O levantamento ainda voltou a ressaltar que a alimentação fora do domicílio ficou com preços mais caros em 0,89%, em agosto, com a refeição acelerando de 0,53% em julho para 0,84% e o lanche desacelerando de 1,32% para 0,86% no mesmo período.
Queda do INPC
Em agosto, a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,31%, desacelerando, se comparada com a deflação apurada em julho que foi de 0,60%. Dessa forma, o índice acumula alta de 4,65% em 2022 e 8,83% em 12 meses.
A inflação medida pelo Índice se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.