Rio Meia Ponte chega em nível crítico 2 e obriga redução na captação
Saneago informa que o abastecimento em Goiânia permanece regular
Com mais de 120 dias sem chuva, o Rio Meia Ponte entrou no nível crítico 2 nesta semana. O rio é responsável pelo abastecimento de Goiânia e da Região Metropolitana e desde agosto o nível crítico já era o 1. Com a nova queda, o setor produtivo será obrigado a reduzir a captação em 25%, conforme aponta a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semad).
No atual nível do rio, o volume de água é de 3.966 litros/segundo. Diante desse cenário, a Companhia de Saneamento de Goiás precisa apresentar um Plano de Racionamento de uso da água. O documento é colocado em prática se o Meia Ponte atinja o nível crítico 4, ou seja, com vazão de escoamento menor ou igual a 2 mil litros/segundo.
Por meio de nota, a Saneago informa que o abastecimento em Goiânia permanece regular, mesmo com o nível crítico. “A Companhia tranquiliza a população e esclarece que continua autorizada a captar a mesma quantidade de água para o abastecimento público (2.000 1/s). O Nível Crítico 2 determina a redução na vazão captada apenas para os demais usuários do manancial, em 25%”, explica.
Em 2021, a vazão atingiu o nível 2 em 18 de agosto, mas ainda assim o abastecimento se manteve normalizado, sem que fosse necessário racionamento. Assim como o Rio Meia Ponte, o Ribeirão João Leite também apresenta vazão melhor que a registrada em 2021. “Neste ano, a barragem verteu durante 135 dias (de 10 de fevereiro a 25 de junho), 39 dias a mais do que no ano passado”, finaliza a nota.
Próximos passos
Agora, a Semad deve manter a vazão de captação de 2.000 L/s para o abastecimento público da Região Metropolitana de Goiânia – RMG, com a vazão a jusante do ponto de controle podendo chegar até o mínimo de 1.000 L/s. Também irá ampliar a articulação para campanha sobre uso racional da água e continuar a divulgação da situação da Bacia à sociedade e usuários de água (meios de comunicação e mídias sociais);
Além disso, o órgão precisa dar continuidade às reuniões com os usuários de água da Bacia, de forma articulada com as prefeituras, associações de produtores rurais e outras entidades de interesse que atuam na bacia hidrográfica. A Saneago deve apresentar o Plano de Racionamento de uso da água aos órgãos reguladores (AGR e ARG), em razão da possibilidade de redução dos volumes captados para abastecimento público da Região Metropolitana de Goiânia, e sua implementação de acordo com a necessidade operacional do sistema.
Hoje, na Capital, 66% da população é abastecida com água do Ribeirão João Leite, enquanto 34% recebe água do Rio Meia Ponte. “Isso porque, para maior garantia da estabilidade no abastecimento dos goianienses, os sistemas estão interligados, por meio de uma adutora de integração. Quando acionada – havendo necessidade durante a estiagem – essa adutora reforça o Sistema Meia Ponte com 800 litros por segundo”, afirma a Saneago.
Questões climáticas
Nos últimos anos, a situação hídrica da bacia tem piorado em decorrência de questões climáticas, colocando em risco condições ambientais, a sociedade e as atividades que dependem das águas.
O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, já havia alertado em junho que a estiagem iria se prolongar por cerca de cinco meses. “Maio inaugura nosso período de estiagem, que vai até meados de outubro. Apesar disso, em setembro é possível a ocorrência de chuvas no centro sul do estado”, destaca. Contudo, não há previsão de chuvas para este mês.
Embora o racionamento seja uma possibilidade remota, a orientação das prefeituras é evitar o desperdício de água. Medidas simples como reduzir o tempo no banho, fechar a torneira ao escovar os dentes e varrer em vez de lavar calçadas são medidas simples que podem impactar na conta de energia elétrica.