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sábado, 21 de dezembro de 2024
Economia

Agro, indústria e serviço puxam crescimento do PIB goiano

Aumento foi puxado pelos bons desempenhos na agropecuária.

Postado em 15 de setembro de 2022 por Maria Paula Borges

O Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás no segundo trimestre de 2022 cresceu 5,7%, aponta levantamento do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB). O número é superior ao crescimento nacional que foi de 3,2%. O resultado positivo foi puxado pelos desempenhos registrados na agropecuária, indústria e serviços. No mercado de trabalho, dados divulgados pelo IBGE mostraram queda significativa na taxa de desemprego, que passou de 12,4% para 6,8%, no período.

A economia goiana também se mostra mais promissora do que a projeção feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que vem revisando para baixo as estimativas de crescimento do PIB mundial para este ano, sendo a última análise 0,4% abaixo do divulgado anteriormente, ficando na casa dos 3,2%. Percentual bem menor do que o crescimento mundial registrado em 2021, que foi de 6,1%. 

Vale ressaltar que o cenário mundial é impactado pelo quadro inflacionário decorrente, sobretudo, do aumento nos preços de alimentos e de energia. Na questão geopolítica, os novos surtos de Covid-19 e a guerra na Ucrânia contribuem para refletir na desaceleração do crescimento mundial.

“Mesmo diante de um cenário desafiador no âmbito mundial e nacional, que tem puxado para baixo as expectativas de crescimento dos PIBs, Goiás tem seguido em ascensão nesse processo de retomada da economia. Muito desse resultado é advindo das ações de estímulo e de reestruturação do cenário goiano frente aos setores que demandam atenção, fomento e políticas públicas para prosperarem no pós-pandemia”, avalia o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.

Geração de emprego

No Centro-Oeste, Goiás segue como o Estado que mais gerou empregos formais no segundo trimestre de 2022 com saldo superior a 40 mil novas vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Outro indicador que reflete o bom desempenho do mercado de trabalho goiano é a queda na taxa de desocupação, que passou de 12,4%, no 2º trimestre de 2021 para 6,8% no 2º trimestre de 2022, segundo o IBGE.

Em relação ao mercado de trabalho formal, os dados também são positivos. Em Goiás houve geração de 40.289 novos empregos no 2º trimestre de 2022, acumulando, no 1º semestre, 76.441 novas vagas. Apesar do impacto negativo da pandemia, o saldo de emprego formal no Estado foi negativo em apenas cinco meses, durante a série histórica iniciada em março de 2020.

Agropecuária

No segundo trimestre de 2022, a agropecuária goiana cresceu 5,4% ante o recuo de 2,5% registrado no mesmo período no cenário nacional. Este saldo positivo deve-se, sobretudo, ao desempenho das culturas temporárias. Além disso, as adversidades climáticas que atingiram o Sul do país fizeram com que Goiás atingisse o segundo lugar, entre os Estados, na produção de soja, registrando safra recorde e significativo ganho de produtividade.

Indústria

Outro destaque no crescimento do PIB goiano neste segundo trimestre foi o setor industrial que avançou 5,9%, ante 1,9% de crescimento do segmento no âmbito nacional. Os resultados positivos ocorreram na construção civil, na indústria extrativa e na indústria de transformação. Ressalta-se a recuperação da indústria de transformação no Estado, que teve como último registro positivo, o 3º trimestre de 2020.

As atividades da indústria com maiores taxas acumuladas no ano, no Estado, são a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (25,4%), puxada pelo incremento da produção de automóveis; e a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,2%), puxada pelo aumento da produção de medicamentos.

Serviços

Em Goiás, o setor de serviços cresceu 5,5% no segundo trimestre de 2022, ante 4,5% registrado no Brasil. O bom desempenho foi puxado pelas atividades de administração; educação e saúde pública; defesa e seguridade social; comércio e transporte.

Vendas no comércio recuam 0,8% em julho, mostra IBGE

O volume de vendas do comércio varejista no país recuou 0,8% em julho, na comparação com junho, registrando o terceiro mês consecutivo de taxa negativa. No acumulado do ano, o varejo registra variação de 0,4% e, nos últimos 12 meses, o setor tem queda de 1,8%.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada ontem (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em julho caiu 0,7%, na comparação com o mês anterior e 6,8% na comparação com julho de 2021.

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a terceira queda seguida após meses de alta demonstra a retomada da trajetória irregular observada desde o período mais grave da pandemia de covid-19. “O setor repete a trajetória que vem acontecendo desde março de 2020, com alta volatilidade”, disse, em nota.

O mês de abril foi o último com crescimento. Desde então, maio, junho e julho acumulam recuo de 2,7%. Por conta desses resultados, o setor se encontra praticamente no mesmo nível do período pré-pandemia, fevereiro de 2020, com variação de 0,5%.

O resultado negativo do setor em julho, apresentou queda em nove das 10 atividades pesquisadas, contando com o varejo ampliado. O maior recuo foi em tecidos, vestuário e calçados (-17,1%).

As demais quedas foram em móveis e eletrodomésticos (-3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2%), equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,4%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%).

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