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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Propostas

Candidato a deputado ressuscita proposta de trem-bala entre Goiânia e Brasília

Eduardo Macedo, candidato deputado federal pelo PTB, defende volta de projeto à pauta mesmo depois de ex-ministro de Jair Bolsonaro dar conversa por encerrada

Postado em 23 de setembro de 2022 por Yago Sales

Parece que a expectativa de goianos e brasilienses de voltarem a ter um trem-bala que liga Goiás a Brasília ganha outro fio de esperança. Candidato a deputado federal, o presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Eduardo Macedo, propõe resgatar o antigo projeto do trem-bala, que ficou conhecido como Expresso Pequi, que encheu os olhos da população, quando milhões foram gastos em viagens internacionais de representantes de ambas as federações à Itália, França e Alemanha e destinaram ao menos R$10 milhões a estudos para a viabilidade do projeto que acabou caindo no limbo do esquecimento. 

O projeto entusiasma tanto o setor empresarial quanto o agronegócio. A chegada de matéria-prima e o escoamento da produção agrícola seriam impactadas positivamente, afora a geração de empregos – pauta constantemente discutida em período eleitoral. 

Eduardo Macedo faz um retrospecto histórico – que vai de Getúlio Vargas a Juscelino Kubitschek. “É uma questão desenvolvimentista, que o Brasil perdeu. Não existe mais uma grande obra”, aponta. “Somos um estado multicultural, etnicorracial, que precisa de projetos exequíveis. Qualquer país do mundo tem um sistema ferroviário em pleno funcionamento.”

Leia também: Trem-bala Goiânia-Brasília em pauta

Sonho de Perillo

Em março de 2017, o então governador Marconi Perillo (PSDB) foi a Brasília e sentou-se com o presidente Michel Temer e o Alexandre Baldy, (filiado à época PMN), que foi como deputado federal, mas se tornaria ministro de Cidades, para discutir o projeto. Na ocasião, o tucano explicou ao mandatário federal o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) sobre o projeto do trem-bala feito pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). 

O governo viabilizou o estudo por meio de um financiamento do consórcio formado pelas empresas EGIS, LOGIT, JGP e Machado Meyer. Na reunião com o presidente, Perillo defendeu que o projeto estava adiantado e que, em três anos, as obras estariam adiantadas, com investimento inicial de R$6 milhões com aumento gradual. O custo, afirmou Perillo, seria de R$2,9 bilhões a ser dividido entre o Estado de Goiás, o governo do Distrito Federal e o governo federal. O investimento excedente seria aplicado pela empresa que venceria a licitação que colocaria marcha na obra. 

Por outro lado, a ideia, estudada pela ANTT, daria substância para dois outros serviços e nenhum chegaria nem aos pés dos ideais propagados pelos ex-governadores Joaquim Roriz, do DF, e Marconi Perillo, de Goiás. Os dois sairiam do Plano Piloto e chegariam no Centro da capital goiana. 

Em agosto de 2019, o ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro, Tarcísio Freitas – atualmente candidato ao governo de São Paulo – jogando balde de água fria na ideia, respondeu a uma repórter do UOL: “Esquece. É um projeto que não dura cinco minutos de análise”. E, num raciocínio, resumiu que a falta de demanda – de apenas passageiros, na defesa dele – não se viabilizaria economicamente. 

Eduardo Macedo dá de ombros ao sepultamento do projeto pelo ex-ministro de Jair Bolsonaro. “Independentemente do que o ministro disse, tem que haver uma ampla discussão. Unir a bancada goiana, a Assembleia Legislativa de Goiás, os governos de Goiás e do Distrito Federal”, sinaliza ele. 

“Os trilhos e as estações são baratos, caro são os trens”, acrescenta ele. Antes de afirmar que Goiás é fraco com Parceria Público Privada (PPP) – forma de o projeto caminhar para o sucesso – Macedo defende que é necessário apresentar algo que dê condições de tirar o projeto do papel e executar. “O trem-bala vai ser um sucesso. São soluções que precisam se tornar realidade”, termina, otimista.

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